Vaticano: Igreja Católica vai viver canonização de Papas 60 anos depois

João Paulo II e João XXIII sucedem a São Pio X

Cidade do Vaticano, 26 abr 2014 (Ecclesia) – Os futuros santos João XXIII (1881-1963) e João Paulo II (1920-2005) vão tornar-se nos primeiros Papas da Igreja Católica a serem canonizados em 60 anos.

O último Papa a ser proclamado santo foi Pio X (1835-1914), canonizado em 1954, que se juntou a outros 77 bispos de Roma nessa condição.

São Pedro foi o primeiro Papa e os seus 34 sucessores, até Júlio I (pontífice entre 337-352), foram canonizados.

53 dos primeiros 64 Papas foram canonizados, um período que se concluiu com Gregório Magno, cujo pontificado decorreu entre 590 e 604.

Além de João XXIII e João Paulo II, que vão ser canonizados por Francisco no próximo domingo, outros nove Papas foram beatificados.

Nos primeiros séculos do cristianismo, o reconhecimento da santidade acontecia em âmbito local, a partir da fama popular do santo e com a aprovação dos bispos.

Ao longo do tempo e sobretudo no Ocidente, começou a ser solicitada a intervenção do Papa a fim de conferir um maior grau de autoridade às canonizações: a primeira intervenção papal deste tipo foi de João XV em 993, que declarou santo o bispo Udalrico de Augusta, que tinha morrido vinte anos antes.

As canonizações tornaram-se exclusividade papal por decisão de Gregório IX em 1234 e no decorrer do século XVI começou a distinguir-se entre “beatificação”, isto é, o reconhecimento da santidade de uma pessoa com culto em âmbito local, e “canonização”, o reconhecimento da santidade com a prática do culto universal, para toda a Igreja Católica.

A 22 de janeiro de 1588, Sisto V instituiu a Sacra Congregação para os Ritos, com a missão de regular o culto divino e tratar as causas dos santos: desde então houve 839 santos proclamados por 26 Papas, aos quais se somam, no caso dos mártires, várias centenas de “companheiros”, canonizados ao mesmo tempo.

João Paulo II canonizou 482 destes santos, mais do que todos os outros Papas no seu conjunto.

Também a beatificação se tornou uma prerrogativa da Santa Sé e o primeiro ato deste tipo refere-se à beatificação de Francisco de Sales, pelo Papa Alexandre VII em 1662.

Estes processos são hoje regulados pela constituição apostólica «Divinus perfectionis Magister» (25 de janeiro de 1983) de João Paulo II e pelas normas traçadas pela Congregação para as Causas dos Santos.

OC

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Agência ECCLESIA

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