As Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário, responsáveis pelo Centro Social do Bairro 6 de Maio, na Amadora, emitiram hoje um comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, onde referem que os acontecimentos do último fim-de-semana, resultantes da morte do jovem José Carlos Vicente, “têm sido transmitidos por diversos órgãos de comunicação social de forma incompleta”. Após auscultar representantes da comunidade e os diferentes parceiros sociais – Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Segurança Social, ACIME, OCPM e PSP da Venda Nova, entre outros – o Centro Social vincou a necessidade de “uma investigação imediata, imparcial e consequente face à morte do José Carlos”. Os primeiros resultados da autópsia ao jovem que morreu na sexta-feira no Bairro 6 de Maio, na Amadora, afastam a hipótese de a sua morte ter sido provocada por eventuais agressões no âmbito de uma operação policial. A Direcção Nacional da PSP nega qualquer responsabilidade na morte do jovem, tendo, mesmo assim, ordenado a abertura de um “rigoroso inquérito” interno para apurar o que aconteceu na esquadra da Reboleira. O comunicado do Centro Social do Bairro 6 de Maio repudia “quaisquer actos de violência física por parte das autoridades policiais junto de jovens menores de idade” e rejeita “actos de vingança e violência, por parte dos jovens, face à morte do José Carlos”. Na noite da passada sexta-feira, a população do Bairro 6 de Maio manifestou-se quando soube que o rapaz, de origem africana, tinha morrido no hospital onde dera entrada de manhã, dois dias depois de ter sido identificado na esquadra da Reboleira, Amadora. Os desacatos, com intervenção policial, repetiram-se no sábado, já que a população relacionou a morte com a intervenção da PSP. Os parceiros sociais, após a reunião, concordaram que esta situação “não é uma questão pontual, mas advém de factores estruturais”, lamentando que os Media “se aproveitem destes acontecimentos, manipulando factos e contribuindo para a estigmatização de grupos sociais”.
