Militares reclamam a presença dos padres

D. Manuel Linda presidiu pela primeira vez à Missa Crismal do Ordinariato Castrense

Lisboa, 16 abr 2014 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda disse hoje, na Missa Crismal na igreja da Memória em Lisboa, que os militares e os agentes de segurança “reclamam a presença dos padres como símbolos visíveis de uma fé salvadora”.

“Os militares e os agentes de segurança reclamam a nossa presença. Não como mais um no meio deles, mas como símbolos visíveis de uma fé salvadora. Estaremos aptos a aceitar este desafio?”, perguntou D. Manuel Linda perante cerca de 30 padres do Ordinariato Castrense.

D. Manuel Linda lembrou que, “no meio castrense, ainda predominam os jovens”, uma prioridade para a Igreja, “por aquilo que representam em termos de transmissão da fé à sua família”.

“Assumimo-la como tal? Mais ainda: eles orgulham-se da farda que envergam. E nós também nos orgulhamos da nossa condição clerical ao serviço desta parcela tão importante do Povo de Deus?”, acrescentou.

D. Manuel Linda pediu por isso aos padres presentes em várias unidades das Forças Armadas e de Segurança para que na celebração diária da Eucaristia o façam “de modo a não desvirtuar o sacrifício de Cristo: com dignidade e simplicidade, com sobriedade de palavras e gestos, em clima de concentração e espiritualidade, no maior respeito pelo rimo litúrgico e pela dignidade de quem participa, edificando pela probidade e pela virtude”.

“Numa palavra: celebremos como Jesus celebrou. Chega isso”, sintetizou.

Aproveitando o facto de estar pela “primeira vez” reunido com o seu presbitério D. Manuel Linda enalteceu a importância dos sacerdotes alimentarem uma “fraternidade” entre si considerando que esta “é fonte do apostolado eclesial” e leva “à aproximação junto dos que mais precisam”.

A disponibilidade total dos padres “expressa na maneira como se acolhem os fiéis, particularmente aqueles que pedem serviços como a confissão e a direção espiritual” foi outro dos pontos assinalados pelo prelado.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança lembrou ainda a importância da “formação contínua, vista como direito pessoal e como dever para com a Igreja, já que a necessária renovação da vida eclesial supõe, porventura mais que nunca, a conformidade da inteligência com graça ou aquele esforço do conceito que capacite os padres a responder de maneira nova a problemas novos”.

Por fim, D. Manuel Linda pediu ainda que todos exprimam através “da simpatia as razões da esperança” que devem traduzir-se “em afabilidade, simplicidade, alegria, amabilidade, acolhimento, maneira de ser polida e delicada”.

“Não tenhamos ilusões: é por aqui que se salva ou se perde definitivamente a nossa relação com os outros e se abrem ou se fecham, porventura para sempre, as portas do acesso à interioridade, onde se implanta a graça. O Papa Francisco tem repisado muito esta tónica”, concluiu na homilia da Missa Crismal, que a diocese das Forças Armadas e de Segurança celebra na Quarta-feira Santa, permitindo assim aos sacerdotes a participação na mesma celebração nas suas dioceses de origem na manhã de Quinta-feira Santa.

D. Manuel Linda tomou posse canónica a 24 de janeiro durante a reunião geral de capelães militares que decorreu em Fátima e já este mês, no dia 8, tomou posse do cargo de capelão-chefe da Igreja Católica, numa cerimónia que decorreu no Ministério da Defesa.

A Igreja Católica coloca sob a jurisdição do Ordinariato Castrense todos os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.

MD

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