Lisboa: Patriarca encerrou celebrações do 750º aniversário da trasladação dos restos mortais de Santo António em Pádua

D. Manuel Clemente destacou «radicalidade evangélica» em tempos de crise

Pádua, Itália, 09 abr 2014 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, esteve na cidade italiana de Pádua para presidir à celebração conclusiva do 750º aniversário da trasladação dos restos mortais de Santo António e descoberta da sua língua incorrupta.

Na homilia da celebração deste domingo, divulgada hoje pelo Patriarcado de Lisboa, o responsável destacou a “radicalidade evangélica” do santo português que viveu em tempos “duros”.

“Duros pelas divisões sociais, entre poucos poderosos e multidões de pobres e fracos; duros por divisões de entendimento, com graves contradições nas próprias crenças; duros pelos maus exemplos de quem se comprometera a dá-los bons; duros por coisas de então e coisas de sempre, das guerras e guerrilhas às pestes e doenças, às pequenas e grandes opressões”, precisou.

A cerimónia decorreu na Basílica Pontifícia de Santo António de Pádua, encerrando o ano comemorativo da trasladação do corpo do santo.

“Em Pádua, em Lisboa, ou em qualquer parte que deva ser agora, a radicalidade evangélica de Santo António é para todos nós um motivo superior de discernimento e ação”, declarou D. Manuel Clemente.

Fernando, nascido em finais do século XII na capital portuguesa, foi recebido entre os cónegos regulares de Santo Agostinho em Lisboa e Coimbra, mas pouco depois da sua ordenação sacerdotal ingressou na Ordem dos Frades Menores [Franciscanos], com a intenção de se dedicar à propagação da fé entre os povos da África, e assumiu o nome de António.

O santo português, que morreu em Pádua, Itália, no ano de 1231, foi o primeiro professor de teologia na ordem fundada por São Francisco de Assis, tendo ficado famoso pelos seus sermões.

D. Manuel Clemente recordou as intervenções de Santo António centradas na “verdade da misericórdia divina” que se manifesta “na aproximação de Cristo a todas as pobrezas dos homens”.

“Profundamente tocado pelo exemplo dos discípulos do Pobrezinho de Assis, cujos restos mortais chegavam a Coimbra depois de martirizados em Marrocos, mudou de nome e de vida, para ser um deles, agora como Frei António, em semelhante despojamento e entrega”, explicou.

O patriarca de Lisboa evocou o “luminoso rasto de Evangelho e Vida” que Santo António deixou atrás de si, assinalado pelo “espantoso milagre da sua língua incorrupta, que tão bem manifesta a perenidade de quanto proclamava”.

“A força e a luz da pregação de Santo António, ‘Doutor Evangélico’ por excelência, provêm exatamente daqui, da radicalidade cristã com que se abeirou das muitas fraquezas do seu tempo”, prosseguiu.

O patriarca de Lisboa despediu-se com um agradecimento aos franciscanos e aos devotos de Santo António, em Pádua, pela oportunidade que celebrar junto do seu túmulo.

OC

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