Igrejas cristãs unem-se para ajudar a população de Darfur

Um milhão de pessoas está a morrer de fome As organizações cristãs de assistência e solidariedade “Action by Churches together International” (ACT) e “Caritas Internationalis” uniram forças numa resposta ecuménica conjunta à actual emergência humanitária na província sudanesa de Darfur. As duas organizações, de carácter confessional, representam as igrejas protestante, ortodoxa e católica, bem como organismos vinculados às mesmas em todo o mundo. A missão conjunta denomina-se “Resposta de Emergência Darfur ACT/Caritas” (ACDER). A ACDER representa a primeira vez em que as duas redes globais trabalham juntas, proporcionando uma resposta às necessidades da população de Darfur, como afirma a Cáritas em comunicado. A situação em Dafur, é cada vez mais crítica para cerca de 1 milhão de deslocados, expulsos das suas terras por milícias árabes contratadas pelo governo sudanês, em luta contra os movimentos rebeldes que exigem a autonomia da região. No dia 21 de Junho, o presidente da Comissão da União Africana (UA), Alpha Oumar Konaré, conclui uma visita à região. A UA tenta uma mediação entre o governo sudanês e os dois movimentos de guerrilha em Darfur: o Exército-Movimento para a Libertação do Sudão (SLA-M) e o Movimento para a justiça e a igualdade (JEM). As previsões internacionais indicam que cerca de 350.000 pessoas vão morrer nos próximos três meses mesmo que a ajuda humanitária comece a chegar neste momento. Sem ela, poderão perder a vida cerca de um milhão de pessoas. O aumento do número de refugiados e deslocados sudaneses está mesmo a causar alarme junto das organizações humanitárias que trabalham no local. Muitos deles fugiram para o Chade, sendo já mais de 150 mil. As agências humanitárias pediram ao governo sudanês que crie um corredor humanitário em Darfur para assistir as vítimas da violência. A Caritas do Chade criou e administra três campos de acolhimento no Chade, cada um hospedando 10 mil pessoas, que aumentam a cada dia que passa. A ACDER pretende lançar um programa de 18 meses, o tempo estimado para que todos os deslocados internos e refugiados regressem aos seus lares e possam retomar as suas vidas. De acordo com Nils Carstensen, líder da equipa de avaliação de “ACT International”, que recentemente regressou da zona de conflito, a situação na região de Darfur “é extremamente grave”. O problema principal é a falta de protecção: “a questão da segurança é tão importante como a ajuda alimentar nas zonas afectadas pela guerra. Não podemos oferecer protecção, mas podemos planeá-la”. A missão conjunta já fretou um avião com alimentos, material de ajuda urgente e veículos à região. Está igualmente a trabalhar para proporcionar alojamento, água potável e assistência sanitária e educação aos que vivem nos campos de refugiados.

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