Presidente do «Conselho Indigenista Missionário» esteve no Vaticano
Cidade do Vaticano, 05 abr 2014 (Ecclesia) – Os bispos católicos do Brasil apresentaram ao Papa um documento em que denunciam as violações aos direitos dos povos indígenas, que lhe foi entregue por D. Erwin Kräutler.
O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo do Xingu, na Amazónia, foi recebido em audiência por Francisco, esta sexta-feira, acompanhado pelo assessor teológico do Cimi, Paulo Suess.
De acordo com o Cimi, foram apresentados ao Papa casos de violência a que estão submetidos os povos indígenas.
“Grupos políticos e económicos relacionados com a agroindústria, a mineração e construtoras, com apoio e participação do governo brasileiro, procuram revogar os direitos territoriais dos povos indígenas”, assinala o documento entregue a Francisco.
Os representantes destacaram questões referentes a diversos povos indígenas brasileiros que viram as suas terras invadidas, que não têm assistência médica ou são afetados pelos grandes empreendimentos.
“Muitos destes povos encontram-se em grande risco de destruição por causa de projetos hidrelétricos, de mineração e desflorestamento causado pela criação de gado e plantação de soja”, refere o presidente do Cimi, em declarações publicadas na página da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Na sua visita ao país lusófono, em julho de 2013, Francisco pediu que a Igreja Católica reforce a sua ação missionária à imagem do que faz na Amazónia.
Perante os bispos brasileiros, o Papa falou desta região como um “teste decisivo” para a Igreja e a sociedade.
“A Igreja está na Amazónia, não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início que a Igreja está presente na Amazónia com missionários, congregações religiosas, e lá continua ainda presente e determinante no futuro daquela área”, sublinhou.
OC