Iniciativa vai reunir especialistas de várias áreas
Lisboa, 26 mar 2014 (Ecclesia) – O presidente da comissão organizadora do congresso sobre os 500 anos da Diocese do Funchal considera importante que os portugueses conheçam a história desta igreja local, porque é olhando para o passado que melhor “se projeta o futuro”.
“É preciso olhar para o passado, dar atenção à memória do passado e daqueles que nos precederam para melhor ler os sinais do presente e melhor projetar o futuro por isso este congresso pretende resgatar o património, torná-lo vivo no presente e alimentar com ele o futuro”, disse José Eduardo Franco à Agência ECCLESIA.
Segundo o especialista, este congresso sobre os 500 anos da Diocese do Funchal vai servir para que “os portugueses e não só possam conhecer melhor a história desta diocese tão importante, que está um pouco esquecida” e também vai ser oportunidade para os agentes pastorais da Madeira “repensarem aquilo que é o presente e projetar melhor o futuro”.
“A Diocese do Funchal foi a primeira diocese criada que vingou no contexto da expansão ibérica. Durante um determinado período, na sua fundação em 1514, foi-lhe dada jurisdição sobre todos os territórios descobertos e a descobrir por Portugal que podiam ir desde as Américas, à África e ao Oriente, o que fez dela naquele período a maior do mundo”, explica o historiador.
“Através do estudo da Diocese do Funchal pode perceber-se como foi feito o processo de implantação no contexto da modernidade do projeto político da expansão dos projetos ibéricos”, acrescenta.
[[v,d,4514,Entrevista a José Eduardo Franco]]O arquivo da diocese é “riquíssimo” e mostra a relação histórica “com diferentes povos e culturas com quem estaria relacionado, nomeadamente o Oriente, a África e outros” o que permite aos historiadores “a forma como a política da Igreja associada ao Estado e tutelada na Madeira pela Ordem de Cristo estruturou o processo de expansão do Cristianismo implantado progressivamente dioceses em todo o mundo”.
No congresso que vai decorrer de 18 a 20 de setembro no Funchal vão ser abordados temas que passam assim “pela parte institucional e de implantação da diocese ao longo destes 500 anos” mas também questões “mais ligadas à cultura, à comunicação social, à literatura, à ciência”, revela José Eduardo Franco.
“Vai ser uma abordagem que foca diferentes perspetivas para no fundo entender a Diocese do Funchal como estruturadora de uma sociedade não só do arquipélago da Madeira”, “tendo em conta que foi o primeiro local descoberto na expansão marítima” fazendo desta “rampa de lançamento para o processo de expansão do chamado novo mundo da Costa Africana até ao Oriente”.
A Diocese do Funchal tem muitos emigrantes “espalhados pelos mais variados locais do mundo”, por isso mantém “uma certa ligação à globalização, como na sua génese”, sublinha o presidente da comissão organizadora do congresso.
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