Setúbal: Pároco de Nossa Senhora da Conceição pede «respostas adequadas» para bairros clandestinos

40 crianças vivem em condições de pobreza extrema na Vila Maria

Setúbal, 25 mar 2014 (Ecclesia) – Pelo menos 35 famílias da região de Setúbal vivem atualmente em habitações clandestinas no bairro de Vila Maria, junto à antiga “Mecânica Setubalense”, por não terem meios financeiros para arrendar ou pagar casa.

A informação foi avançada à Agência ECCLESIA pelo padre Constantino Alves, que lamenta o “sofrimento, a angústia e a injustiça” que caiu sobre aquelas pessoas, entre as quais 40 crianças, e pede “respostas adequadas” para a situação.

O problema destas famílias, muitas delas em situação de desemprego ou de trabalho precário, agravou-se há cerca de duas semanas, quando a EDP cortou a eletricidade, seguindo-se o corte no fornecimento de água no bairro.

Segundo o pároco de Nossa Senhora da Conceição, “as pessoas querem pagar os consumos, mas como as casas são clandestinas a EDP e as Águas do Sado não fazem contratos nestas condições”.

Depois da intervenção da Igreja Católica local, a Câmara Municipal de Setúbal, em conjunto com a Segurança Social e o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, já se comprometeram “a estudar medidas e soluções para transferir as famílias para outros locais”.

No entanto, da primeira reunião não saíram alternativas práticas e o próximo encontro só vai ter lugar “no dia 8 de abril”.

Entretanto, “as pessoas vão continuar privadas” de meios essenciais à sua sobrevivência. “Será isto humano e cristão?”, questiona o padre Constantino Alves, para quem existem “soluções possíveis e fáceis”, basta que os “poderes políticos locais assim o queiram”.

O problema dos bairros clandestinos em Setúbal arrasta-se há vários anos, envolvendo sobretudo imigrantes vindos de Angola e Cabo Verde.

Em 2011 havia cerca de 1500 famílias à espera de alojamento – como a câmara municipal não estava a construir mais habitações sociais, muitas delas viram-se obrigadas a recorrer a outras alternativas.

“Haverá outro tipo de problemas? Cabe a quem de direito estudar a situação e intervir. Não pague é o justo pelo pecador”, conclui o sacerdote.

JCP

 

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