Diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais aborda tema em editorial da ECCLESIA
Lisboa, 21 mar 2014 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais refere, no editorial da ECCLESIA desta semana, que um mau restauro é acima de tudo “um atentado à dimensão sagrada da imagem religiosa”.
“Para lá da destruição material que um mau restauro provoca” dado “que manipula e não respeita autenticidade da obra, promovendo adulterações, repintes ou alterações iconográficas” este pode ainda constituir “antes de uma qualquer opção estética falível, um atentado à dimensão sagrada da imagem religiosa”, escreve Sandra Costa Saldanha.
“Fruto da capacidade inventiva de cada tempo e dos homens que as materializaram, quando por imperativos de conservação carecem de tratamento, colocam em confronto as suas duas dimensões: sagrada, para veneração dos fiéis; material, para fruição estética”, explica.
A diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais lembra, por isso, que “se é conveniente intervir no estritamente necessário, como meio de prevenção e manutenção futura, é também claro que, aos fiéis, deve ser devolvida uma imagem íntegra e digna”.
Sandra Costa Saldanha recorda que em 1997 João Paulo II refletiu sobre o culto das imagens, ao comentar a ‘Lumen Gentium’ do II Concílio do Vaticano evocando, “não apenas a sua utilidade, como a vivência autêntica das devoções, a busca de equilíbrio, entre o exagero e a demasiada estreiteza”, e é nessa “sensatez desta procura que a atual intervenção nas imagens religiosas tarda em ser abordada”, conclui.
MD