D. Manuel Clemente destacou sensibilidade e lucidez do falecido cardeal
Lisboa, 14 mar 2014 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa elogiou hoje a compreensão “lúcida” e “disponível” sobre a realidade do falecido cardeal D. José Policarpo e considerou que o seu predecessor “marcou” a forma de estar da Igreja Católica em Portugal.
“Com a sua maneira de ser, de pensar, um misto muito bom de lucidez e de amabilidade, ele marcou muito mais do que se pensa o modo de a Igreja estar na sociedade portuguesa”, disse D. Manuel Clemente, à saída da Sé Lisboa, em declarações aos jornalistas.
O corpo de D. José Policarpo vai estar em câmara ardente na catedral até às 16h00, hora de início das exéquias, seguindo depois para o Panteão dos Patriarcas em São Vicente de Fora, num dia de luto nacional decretado pelo Governo.
“Ele tocou-nos a todos, nos anos em que foi patriarca de Lisboa e já antes, nos anos em que era bispo auxiliar do cardeal Ribeiro, reitor da Universidade Católica, com tanta presença também nos media, com esse estilo de a Igreja estar presente com boa vontade, compromisso, sensibilidade”, declarou o atual Patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente antecipou aos jornalistas alguns dos tópicos da homilia que vai proferir na Missa exequial.
O patriarca de Lisboa referiu-se ao seu predecessor como uma pessoa “muito amável” e “sensível”, que se “comovia muito imediatamente com as coisas e as situações”.
“Nunca ninguém se abeirou dele sem levar uma resposta positiva e qualquer ajuda que fosse”, revelou.
Essa sensibilidade permitia a D. José Policarpo “adivinhar” os problemas que era necessário enfrentar, com “lucidez” e “disponibilidade para o que viesse”, com “grande abertura de espírito”.
“O seu modo de estar, de ser, de reagir, marcou aquilo que é hoje a tonalidade geral da Igreja em Portugal e, na minha opinião, muito positivamente”, concluiu.
D. Manuel Clemente falava após ter presidido à recitação de Laudes na Sé da capital portuguesa, onde se encontra em câmara ardente o corpo do falecido cardeal D. José Policarpo, evocando o seu ministério “luminoso” e “fecundo”.
“Deus leva-nos com Cristo e com Cristo estamos bem”, acrescentou, na breve homilia proferida durante a oração da manhã.
O sucessor de D. José Policarpo aludiu ainda à memória “bem viva” dos funerais de D. Manuel Gonçalves Cerejeira, em agosto de 1977, e de D. António Ribeiro, em março de 1998, anteriores patriarcas de Lisboa.
Os cardeais estavam unidos pela “mesma verdade”, apesar dos diversos modos de ser, a iluminar “vidas e pensamentos” à sua volta, disse.
D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do Distrito de Leiria e do Patriarcado de Lisboa.
Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 (auxiliar de Lisboa), criado cardeal por João Paulo II em 2001 e participou em dois Conclaves: no de abril de 2005 que elegeu Bento XVI, e no de março de 2013, que acabou com a escolha do Papa Francisco.
D. José IV, 16.º patriarca de Lisboa, assumiu esta missão a 24 de março de 1998, após a morte de D. António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de 1997, sendo substituído por D. Manuel Clemente em maio de 2013.
O cardeal faleceu esta quarta-feira aos 78 anos, na sequência de problemas cardíacos.
O site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt) e a ‘Patriarcado TV’ (canal 210021 no Meo Kanal) estão transmitir em direto da Sé as cerimónias fúnebres, que podem ser acompanhadas também numa secção especial do portal da Agência ECCLESIA.
OC
Notícia atualizada às 11h25