Francisco: Visita a Lampedusa marca primeiro ano de pontificado

André Costa Jorge, diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados, e o economista Joaquim Cadete destacam marca deixada pelo Papa argentino

Lisboa, 12 mar 2014 (Ecclesia) – O diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados em Portugal, André Costa Jorge, considera que a visita do Papa Francisco à ilha italiana de Lampedusa, a 8 de julho de 2013, foi um ato que transportou “a palavra” em “ação”.

“Desde o início do pontificado que Francisco torna real a opção da Igreja pelos pobres e a sua ida a Lampedusa marca um sentido mais do que propriamente uma palavra, é uma palavra feita ação. Ele ter ido lá despertou atenções porque depois de ele lá ter estado, Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, foi lá e outros chefes de estado olharam para Lampedusa”, disse em declarações à Agência ECCLESIA, André Costa Jorge.

Lampedusa é um dos locais de chegada à Europa, são milhares de migrantes e refugiados que entram por ali, é o local onde milhares de pessoas morreram naquele mar a tentar chegar à Europa” e o facto de o Papa ali ter ido “chamou a atenção de todos e lançou pistas para um trabalho que está por fazer”, considera.

O economista e professor universitário Joaquim Cadete acredita por sua vez que a experiência de Jorge Bergoglio em Buenos Aires onde “lidou com assimetrias muito grandes dentro da sociedade” o leva a ser “um Papa qualificado e com um olhar diferente sobre a crise atual e a forma de se lidar com ela”.

Comentando a frase do Papa que disse ‘Esta economia mata’, Joaquim Cadete confessa “alguma dificuldade em comentá-la por ser uma frase forte” mas entende que “o Papa quer alertar para o facto desta economia atual poder relegar a equidade para um segundo plano”, para a necessidade do capitalismo “ter alguns valores morais como base para não quebrar”.

“O que o Papa quer dizer é que a economia deve estar ao serviço dos homens e não o contrário” e ao dizer que queria uma Igreja pobre para os pobres Francisco lançou um desafio à Igreja e todas as suas instituições para “se abrir para os que estão na rua e precisam”, acrescentou André Costa Jorge.

“O Papa desafia-nos a ser mais eficazes a distribuir aquilo que temos, não desperdiçando. E dá o exemplo através dos seus gestos simples que tocam muito as pessoas levando-as a viver uma vida mais simples e o seu pensamento dá o exemplo até na própria Igreja”, reiterou Joaquim Cadete.

O primeiro ano de pontificado de Francisco, iniciado a 13 de março de 2013, está em destaque numa secção especial do portal da Agência ECCLESIA, com cronologia, comentários, vídeos e fotogalerias.

PR/MD

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