Papa nomeou Conselho de Cardeais, criou Secretaria para a Economia e promoveu várias auditorias
Cidade do Vaticano, 13 mar 2014 (Ecclesia) – O Papa, que completa hoje um ano de pontificado, tem promovido uma reforma dos organismos centrais da Igreja Católica, em particular a estrutura de coordenação para as atividades económicas e administrativas.
Várias comissões de inquéritos e empresas internacionais de auditoria estão a analisar a atividade financeira da Santa Sé e o Instituto para as Obras de Religião (o chamado ‘Banco do Vaticano), tendo Francisco decidido criar uma nova Secretaria para a Economia, liderada pelo cardeal australiano D. Georg Pell.
O Papa criou criado um Conselho de Cardeais, para o aconselhar no governo da Igreja e na revisão da Constituição Apostólica ‘Pastor Bonus’, sobre a Cúria Romana; o grupo de oito cardeais dos cinco continentes propôs a criação de uma comissão específica para os casos de abusos sexuais, à qual Francisco deu luz verde.
A legislação sobre prevenção e combate à lavagem de dinheiro e sobre a jurisdição dos órgãos judiciários do Estado da Cidade do Vaticano em matéria penal foi atualizada, tomando em consideração o que é definido na Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU (1989), com uma “ampla definição da categoria dos delitos contra os menores”.
Francisco escolheu também um novo secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, diplomata que era núncio [embaixador da Santa Sé] na Venezuela, o qual assumiu funções a 15 de outubro do último ano, substituindo o cardeal Tarcisio Bertone.
Ainda na Cúria Romana, o Papa escolheu o cardeal Beniamino Stella, antigo núncio em Cuba e na Colômbia que presidia à Academia Eclesiástica, como prefeito da Congregação para o Clero, liderada pelo cardeal Mauro Piacenza.
Este assumiu funções de penitenciário-mor, cargo deixado vago pela renúncia do cardeal português D. Manuel Monteiro de Castro, por motivos de idade.
O Papa nomeou também um novo secretário-geral do Sínodo dos Bispos,D. Lorenzo Baldisseri, secretário da Congregação para os Bispos e antigo núncio no Brasil.
O Papa criou em fevereiro os primeiros cardeais do seu pontificado, com prelados das “periferias” a que se tem referido várias vezes, como o Haiti, o Burquina Faso, a Nicarágua ou a Costa do Marfim.
Na primeira missa com os novos cardeais, Francisco alertou contra uma mentalidade de “corte” que promove “intrigas”.
Em dezembro, no encontro de Natal com os seus mais diretos colaboradores, o Papa tinha pedido que a Cúria Romana não se transformasse numa “alfândega pesadamente burocrática, inspetora e inquisidora”.
Durante o atual pontificado foi convocado um Sínodo dos Bispos sobre a família, que vai decorrer em duas assembleias, neste ano e no próximo, que começou a ser preparado através de um inquérito enviado às dioceses de todo o mundo e que esteve no centro do consistório [reunião de cardeais] extraordinário que decorreu em fevereiro.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, esteve na Praça de São Pedro, para a Jornada Mariana (12-13 de outubro) do Ano da Fé, e o Papa já manifestou a sua intenção de visitar Portugal em 2017, ano em que se assinala o centenário das Aparições na Cova da Iria.
OC