Vida Consagrada: Responsável do Vaticano destaca novos movimentos que têm trazido «grande bem à Igreja»

D. João Braz de Avis participou na 29.ª Semana de Estudos organizada pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal

Fátima, santarém, 05 mar 2014 (Ecclesia) – A 29.ª Semana de Estudos de Estudos sobre a Vida Consagrada, promovida pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, contou com a presença do responsável pelo setor no Vaticano, o cardeal João Braz de Avis.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, esta terça-feira no encerramento do evento em Fátima, o representante da Santa Sé falou acerca dos desafios atuais da Vida Consagrada e também do ano de 2015, que o Papa Francisco dedicou especialmente a todos quantos enveredaram pela via da “pobreza, castidade e obediência”.

A iniciativa vai começar já a ser assinalada em novembro de 2014, para marcar o 50.º aniversário da publicação de documentos como os decretos “Perfectæ Caritatis”, sobre a renovação da vida consagrada, e “Apostolicam Actuositatem”, referente ao apostolado dos leigos.

Até 2 de fevereiro de 2016, Dia Mundial da Vida Consagrada, vão decorrer “muitos eventos para os religiosos e religiosas, em Roma, nas dioceses, nos diversos continentes”, realçou D. João Braz de Avis.

O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica destacou a forma decidida como o Papa argentino “pegou” na proposta da realização desse projeto e a rapidez com que a “confirmou”.

Segundo o prelado, a Santa Sé tem seguido com particular atenção o surgimento de “novas expressões de Vida Consagrada”: Novos “movimentos eclesiais, religiosos ou apostólicos” que, “de um modo geral, têm provocado um grande bem na Igreja”.

“Essas realidades são forças do Espirito na Igreja, brotam não a partir de um plano da hierarquia, a partir de uma orientação, brotam do coração de um fiel, de uma pessoa, que sente uma iluminação particular, e que começa a viver aquilo em obediência ao que Deus manifesta e vai formado na Igreja uma família”, sublinhou o cardeal brasileiro.

D. João Braz de Avis recordou que a vocação de toda a vida consagrada é “sobretudo ajudar” a sociedade “a experimentar Deus”, dar a conhecer às pessoas “o amor que vem de Deus”, através de uma vivência, de uma “felicidade” que gradualmente “se expanda aos outros”.

“Hoje já não se pode pensar numa evangelização tipo conquista, o Evangelho pode-se dar se for uma luz que atraia os outros, se atrair é porque se trata de uma luz esperada pela pessoa”, frisou o cardeal, citando uma expressão de Bento XVI.

Para o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a entrega a Deus através da “pobreza, castidade e obediência” continua a fazer sentido, especialmente enquanto desafio a uma sociedade que “faz do dinheiro um ídolo” e que prefere outras realidades ou seguranças à “segurança de Deus”.

No que respeita à via da obediência, ela serve sobretudo para lembrar aos homens que “não são o centro do universo, nem deuses” mas sim “criaturas de Deus”, apontou o representante do Vaticano.

Para o cardeal brasileiro, este ponto deve interpelar também todos os religiosos, sacerdotes e leigos ligados à Vida Consagrada.

“Se a obediência for serviço autêntico de irmãos é ótima, se ela for dominação e sujeição então ela não serve”, concluiu.

LS/JCP

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