O secretário-geral do Conselho Mundial das Igrejas não admite que a herança religiosa e cristã da Europa seja excluída da redacção final da futura Constituição Europeia. Em entrevista ao Boletim da Igreja Ortodoxa Russa junto das Instituições Europeias, Konrad Raiser, que se encontra no cargo há mais de 10 anos, refere que “este documento constitucional deve reconhecer que, sem a herança religiosa, a Europa não será Europa e que esta herança tem um significado profundo para diversos povos europeus. Seguir simplesmente o nível mínimo defendido pela França, não mencionando a influência das crenças religiosas porque são controversos, é a pior solução”. O actual processo de alargamento da União traz consigo outro tipo de problemas, inerentes à inclusão de vários países do Leste Europeu. Para Konrad Raiser, “há um novo tipo de discussão, mormente nos países do pós-comunismo, sobre o lugar da religião e das comunidades religiosas nas Constituições. Diferentes modelos foram desenvolvidos e testados e esperamos que a Convenção Europeia tenha isso em conta”. Este responsável acrescenta que “na Europa Central e de Leste a religião está a ocupar um lugar na sociedade em transformação que não vemos na sociedade ocidental há muito tempo. Isto serve para contrariar uma tendência da sociedade secular em reduzir a religião a um fenómeno privado”.
