II Concílio do Vaticano: A Reforma Litúrgica e a inflação das imagens

O primeiro documento nascido do II Concílio do Vaticano foi a Constituição «Sacrosanctum Concilium», publicado a 04 de dezembro de 1963 no encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). O papa emérito Bento XVI, na altura o jovem Joseph Ratzinger, foi um dos peritos deste grande acontecimento do século XX.

O primeiro documento nascido do II Concílio do Vaticano foi a Constituição «Sacrosanctum Concilium», publicado a 04 de dezembro de 1963 no encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). O papa emérito Bento XVI, na altura o jovem Joseph Ratzinger, foi um dos peritos deste grande acontecimento do século XX.

Um ano após a sua resignação, convém recordar alguns pensamentos de Bento XVI durante o seu pontificado (2005-2013) sobre o II Concílio do Vaticano. Em relação à «Sacrosanctum Concilium», Bento XVI escreveu, a 07 de Julho de 2007, que na história da liturgia, “há crescimento e progresso, mas nenhuma ruptura”. Num discurso proferido a 02 de março de 2006, o papa alemão disse em relação ao magno acontecimento convocado pelo Papa João XXIII que se deve “aceitar a novidade, mas também amar a continuidade” e ver o Concílio “nesta óptica da continuidade”.

Esta linha de pensamento do papa emérito ajuda a perceber que é importante cuidar da liturgia, a qual, como ensina o II Concílio do Vaticano, “quotidianamente edifica os que estão dentro, fazendo deles um templo santo no senhor…”. Uma vida intensa de oração e a assídua participação na liturgia devem continuar “a ser o vosso primeiro compromisso como indivíduos e como associação”, sublinhou a 17 de junho de 2006.

A Constituição «Sacrosanctum Concilium» refere o facto de que é na liturgia que “se manifesta o mistério da Igreja”, na sua grandeza e na sua simplicidade (cf. nº2). Por conseguinte, “é importante que os sacerdotes se esmerem nas celebrações litúrgicas, de maneira particular na Eucaristia”, pediu Bento XVI. É necessário que as celebrações se realizem no respeito pela tradição litúrgica da Igreja, “com uma participação ativa da parte dos fiéis, em conformidade com o papel que corresponde a cada um deles, unindo-se ao mistério pascal de Cristo”, afirmou a 08 de maio de 2010.

Ao falar do culto das imagens, o antecessor do Papa Francisco revela que “a nova etapa é que este Deus misterioso” liberta “da inflação as imagens, também de um tempo cheio de imagens de divindades, e dá-nos a liberdade da visão do essencial”, acentuou num discurso proferido a 07 de fevereiro de 2008.

Para Bento XVI foi “excessivo o período iconoclástico do pós-concílio, que tinha contudo um sentido, porque talvez fosse necessário libertar-se de uma superficialidade das demasiadas imagens”, acrescentou no mesmo discurso. A reforma litúrgica atuada a partir do II Concílio do Vaticano teve um benéfico influxo na vida da Igreja e “inúmeros foram os elogios” (Exortação apostólica «Sacramentum Caritatis», nº 3). Apesar das dificuldades e “alguns abusos assinalados não podem ofuscar a excelência e a validade da referida renovação litúrgica”, escreveu no mesmo documento o Papa Bento XVI.

A liturgia da Igreja vai além da “própria reforma conciliar” («Sacramentum Caritatis», nº 1), cuja finalidade “não era principalmente mudar os ritos e os textos, mas sim renovar a mentalidade e colocar no centro da vida cristã e da pastoral a celebração do mistério pascal de Cristo”.

LFS

 

 

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