Professora universitária diz que há razões para ter «esperança» olhando para aquela que tem sido a mensagem do Papa Francisco
Lisboa, 20 fev 2014 (Ecclesia) – A professora Maria do Rosário Carneiro considera que o próximo Sínodo dos Bispos, dedicado aos desafios pastorais da família, pode favorecer um ponto de viragem em algumas políticas sociais que ameaçam a principal célula da sociedade.
“A Igreja Católica não é o sítio exatamente das propostas concretas mas se tiver a capacidade, de uma forma muito clara, de dizer aquilo que é e o que não é, talvez se consiga ter repercussões nalgumas políticas públicas”, sustentou a docente, em declarações à Agência ECCLESIA.
Para a antiga responsável pela Comissão Parlamentar para a Paridade, Igualdade de Oportunidades e Família, entre 1995 e 1999, há razões para ter “esperança” num “renascimento”, sobretudo olhando para aquela que tem sido a mensagem do Papa Francisco.
Maria do Rosário Carneiro destaca a forma como o Papa argentino tem apelado à defesa do “primado da dignidade humana” e alertado contra a política socioeconómica dominante, contra “uma proposta que não tem rosto humano, porque deriva de premissas financeiras”.
“É evidente que se houver crescimento económico pressupõe-se que haverá mais bem-estar, mas é preciso que este desenvolvimento e crescimento tenha a ver com o que é o bem-estar, e por vezes os índices ou os indicadores que se querem de desenvolvimento económico não são compatíveis com as necessidades de bem-estar”, sublinha a docente universitária.
A atual vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz sublinha ainda a capacidade que Francisco tem tido em desafiar as pessoas a voltarem a construir “comunidade” onde reina a cultura da “exclusão”, do “anonimato”, da “indiferença”.
Um apelo presente desde o início do seu pontificado, a 13 de março, quando depois do conclave veio à varanda da Basílica de São Pedro, e pediu às pessoas para rezarem por ele e pela sua missão.
“Nós nunca nos lembramos de rezar pelos outros, rezamos por nós, e quase que diria que foi o início do apelo à comunidade, que está patente em toda a comunicação do Papa Francisco”, conclui Maria do Rosário Carneiro.
SN/JCP