Constituição Europeia: Igrejas cristãs falam de «oportunidade desperdiçada»

As Igrejas cristãs da Europa manifestaram-se profundamente desiludidas com a redacção final da Constituição Europeia, aprovada na passada sexta-feira, em Bruxelas, pelos chefes de Estado e Governo da UE. A Comissão dos episcopados católicos da UE (COMECE) fala mesmo de uma “oportunidade perdida para construir um futuro aberto a todos na base do nosso património”. O secretário-geral deste organismo, Mons. Noël Treanor, afirma-se satisfeito, contudo, pela maneira como o Tratado reconhece e garante a liberdade religiosa e o papel das comunidades religiosas na vida pública. “O artigo 51, equilibrando o espírito de abertura entre o religioso e o político, com a justa separação das duas esferas, representa uma nova aproximação à ‘governance’ da sociedade europeia do século XXI”, afirma em nota enviada à comunicação social. Para a Conferência das Igrejas Cristãs da Europa (KEK), este mesmo artigo 51 é considerado um ponto positivo, mas lamentam a ausência de “uma referência explícita às raízes cristãs da Europa no preâmbulo da Constituição”. Segundo o organismo, que reúne 125 Igrejas Ortodoxas, Protestantes, Anglicanas, Vetero-Católicas e mais de 40 associações, “o projecto de Constituição da UE revela algumas lacunas a respeito do próprio futuro da Europa, incapaz de provocar a aproximação da Europa aos cidadãos, como o demonstra a alta taxa de abstenção nas recentes eleições, de modo especial nos novos Estados-membros”.

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