Pastoral: No hospital já «não serve o modelo extrema-unção»

Padre Jorge Vilaça destaca a necessidade de dentro da Igreja Católica, se «perder o medo à palavra profissional»

Lisboa, 15 fev 2014 (Ecclesia) – O padre Jorge Vilaça, do Departamento para a Pastoral da Saúde na Arquidiocese de Braga, considera que o novo enquadramento jurídico-legal dos capelães hospitalares veio dar maior ênfase à necessidade de especialistas nesta área.

Num texto incluído na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o sacerdote sublinha que no ambiente hospitalar “moderno” já não cabem “formas voluntaristas de estar e fazer”.

“Não serve o modelo sacramentalista; o modelo ‘extrema-unção’; o modelo paternalista; o modelo boa vontade. Não serve aos doentes, às equipas hospitalares, aos familiares e cuidadores; – e mais importante de tudo – ao modo cristão de estar nos tempos de hoje”, aponta o responsável católico.

Com a nova legislação, a designação “capelães hospitalares” deu lugar à expressão “Assistentes Espirituais e Religiosos”, aplicável a “padres ou leigos, homens ou mulheres”.

De acordo com o padre Jorge Vilaça, “o que está em causa, mais do que uma questão de palavras, é uma mudança de paradigma de presença”.

Nesse sentido, destaca a necessidade de dentro da Igreja Católica, se “perder o medo à palavra profissional”.

Não só “porque civilmente, a palavra coincide com brio, com competência, com identidade definida” mas também porque, em termos vocacionais, “o ministério pastoral precisa, como nunca, de ser revestido de profissionalismo, de competência em todas as latitudes, recusando o amadorismo no sagrado”.

Entre as qualidades necessárias para a função de “assistente espiritual e religioso”, o padre Jorge Vilaça refere que são precisos recursos humanos que entendam “os dinamismos bio-psico-sociais e espirituais” das pessoas e que se integrem facilmente na “cultura hospitalar”.

Por outro lado, são necessários agentes que consigam ir “ao encontro das necessidades dos doentes e dos profissionais”; que tenham uma “presença dialógica e acolhedora”, que façam “pontes com as comunidades religiosas”, que conheçam “claramente as potencialidades e os limites da sua função”.

JCP

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