O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) escolheu o tema “Um lugar chamado casa” para comemorar o Dia Mundial do Refugiado, que se celebra a 20 de Junho. No mundo há mais de 20 milhões de refugiados, sendo que 80% são mulheres e crianças. A Europa, ao contrário do que se possa pensar, não acolhe mais refugiados do que qualquer outra parte do Mundo. No final de 2000, o número de refugiados e requerentes de asilo era de 5.774.100 na Ásia, 3.980.400 em África e 2.920.400 na Europa. O próprio Kofi Annan, presidente da ONU, já criticou os “diversos indícios de que a Europa está a perder de vista o seu dever de dar protecção aos refugiados de acordo com a legislação internacional, conforme estabelecido pela Convenção de 1951”. As organizações humanitárias e de solidariedade criticam duramente que o espaço de “liberdade, segurança e justiça” que se pretende criar na União Europeia continue em contradição com as fronteiras externas que o definem, “muralhas frequentemente intransponíveis para quem necessita de protecção”. Os governos europeus têm-se mostrado incapazes de definir políticas comuns de asilo que, de acordo com os compromissos internacionais há muito assumidos, garantam os direitos dos que buscam protecção. Uma grande parte dos refugiados que procuram protecção no espaço da UE apenas o pode fazer ilegalmente, muitas vezes em condições que fazem perigar as suas vidas. Quando os países são classificados apenas pelo número absoluto de refugiados e requerentes de asilo que acolhem, há apenas 6 países europeus entre os primeiros 40. Apenas um país da UE se situa entre os primeiros 10 países de acolhimento a nível mundial quando se faz a classificação com base no número de refugiados por 1000 habitantes: a Suécia, que se situa no 10º lugar. Em 2001, o ACNUR elaborou uma tabela classificativa dos países de acolhimento dividindo o Produto Interno Bruto pelo número de refugiados. Concluiu-se que os primeiros 5 eram: Guiné-Conacri, Tanzânia, Zâmbia e Azerbaijão. Portugal aparece no lugar 108.
