Padre Federico Lombardi evoca primeiro aniversário do anúncio da renúncia ao pontificado
Cidade do Vaticano, 10 fev 2014 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano afirmou hoje que Bento XVI, que apresentou a sua renúncia ao pontificado a 11 de fevereiro de 2013, vive em recolhimento e de forma “discreta”, sem estar “isolado”.
“É justo ter em consideração que [o Papa emérito] vive de forma discreta, sem uma dimensão pública, mas isso não quer dizer que viva isolado, fechado numa clausura estrita”, disse o padre Federico Lombardi, em entrevista à Rádio Vaticano.
No primeiro aniversário do anúncio da renúncia ao pontificado de Bento XVI, que terminou a 28 de fevereiro do último ano, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé sublinha que o Papa emérito tem uma “atividade normal para uma pessoa idosa”.
“É uma vida de oração, de reflexão, de leitura, de escrita – no sentido em que responde à correspondência que recebe -, de colóquios, de encontros com pessoas que lhe são próximas – com quem se reúne de bom grado-, com as quais pensa ser útil dialogar, que lhe pedem conselhos ou proximidade espiritual”, precisou.
Para o padre Lombardi, Bento XVI é uma “pessoa rica espiritualmente” que mantém uma “relação discreta com os outros”, sem a dimensão pública que tinha durante o pontificado (abril de 2005-fevereiro de 2013).
O porta-voz do Vaticano destaca, em particular, a relação com o Papa Francisco, “com momentos de encontro pessoal, de diálogo”, com visitas, telefonemas ou mensagens.
Este responsável admite que a decisão de Bento XVI foi um “gesto inusitado e surpreendente” para a maior parte das pessoas, falando num “grade ato de governo, isto é, uma decisão tomada livremente que incidiu verdadeiramente na situação e na história da Igreja”.
O responsável recorda, no entanto, que quem acompanhava mais de perto o Papa alemão já se “tinha apercebido de que havia uma reflexão sobre esta tema” e que a renúncia foi uma questão sobre a qual “ele rezava, refletia, avaliava, fazia um discernimento espiritual”.
O padre Federico Lombardi elogia a “clareza” com que o Papa emérito assumiu a sua decisão, que criou uma “situação nova”, abrindo caminho à eleição de Francisco.
“Hoje, vemos que muitos receios – talvez mais dos peritos que do povo de Deus – eram exagerados”, acrescenta.
O sacerdote jesuíta vê no Papa emérito um “grande ancião, sábio, digamos mesmo, o santo”, que na atual vida de oração convida à “serenidade espiritual”.
OC