Confederação Nacional dos Institutos Seculares esteve reunida em assembleia-geral
Coimbra, 10 fev 2014 (Ecclesia) – A presidente da Confederação Nacional dos Institutos Seculares em Portugal, Rosário Virgílio, acredita que a crise atual pode ser uma “oportunidade para o anúncio do Evangelho”.
“Vamos gerindo a atualidade como cidadãos que somos, estamos inseridos na sociedade e por isso somos protagonistas também das mesmas dificuldades, mas à boa maneira do anúncio do Evangelho procuramos viver esta crise como uma oportunidade de comungarmos as alegrias e as tristezas de todos os cidadãos portugueses e europeus”, disse à Agência ECCLESIA, durante a assembleia-geral do organismo, que decorreu em Coimbra.
Em tempos de crise, o diálogo Igreja-Mundo “é essencial” porque foi algo que “recebemos do Concílio Vaticano II como um desejo e uma proposta de vivermos a fé no mundo e é obrigação da Igreja ouvir o que os leigos têm a dizer, nomeadamente os leigos consagrados”, diz Rosário Virgílio.
O objetivo principal da CNISP é “ajudarmo-nos entre todos a aprofundar a nossa vocação e a forma de vivermos a mesma e estes encontros em assembleia geral são muito importantes porque às vezes sentimo-nos sozinhos e fazer parte desta confederação estimula-nos a ser melhores no nosso dia-a-dia”.
Há 26 anos, Rosário Virgílio escolheu ser leiga consagrada no Instituto das Servas do Apostolado, um caminho que esta professora de Educação Moral e Religiosa Católica acredita que lhe “dá sentido à vida, seguindo um Deus que faz história e que precisa de cada um para continuar o seu projeto de salvação”.
Ana Maria Santos, do Instituto Servas do Senhor (Ancilla Domini), tem “por carisma o serviço por amor” e já há 42 anos que se dedica a anunciar aos jovens e adultos “o projeto de felicidade que Deus tem para cada um”.
Esta professora de matemática reformada tem convivido com milhares de jovens ao longo da sua vida e garante que “os jovens sentem-se muito entusiasmados em viver momentos marcantes de oração, querem ser jovens diferentes longe da apatia que se lhes atribui”.
José Carlos Coelho pertence desde 1996 ao Instituto Masculino do Coração de Jesus (Famille Cor Unum), é assistente social num lar da 3ª idade, “uma vida que o faz estar presente onde há mais necessidade”.
“Esta situação dos idosos, cada vez mais abandonados e isolados fruto de uma sociedade muito individualizada é algo que eu sinto que é para isso que Nosso Senhor me chama, sinto que ele me quer junto dos mais frágeis”, acrescenta.
Três exemplos de vários leigos consagrados que em Portugal “se inserem na sociedade para melhor transmitir a mensagem de Cristo”, conclui Rosário Virgílio, presidente da CNISP.
Os institutos seculares têm por base a constituição apostólica ‘Provida Mater Ecclesia’ publicada pelo Papa Pio XII em 1947, e surgiram com o intuito de realizar de uma forma mais viva e eficaz na consagração dos seus membros o diálogo Igreja-Mundo que o Concílio Vaticano II assumiu depois na constituição pastoral ‘Gaudium et Spes’, como um desafio fundamental a assumir pela Igreja.
MD