Patriarca: Silêncio de Bento XVI tem constituído um exemplo de «enorme coerência»

D. Manuel Clemente destaca ainda o facto do Papa emérito ter ficado «fisicamente junto do seu sucessor, no coração da Igreja»

Lisboa, 7 fev 2014 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa entende que o silêncio que tem caraterizado Bento XVI, desde que renunciou ao seu pontificado, constitui para a Igreja Católica e para a sociedade um exemplo de “enorme coerência”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente recorda que o Papa emérito, logo “quando anunciou a sua resignação”, a 11 de fevereiro de 2013, “imediatamente adiantou que não era para voltar a uma vida de intelectual, de conferencista, de andar por aqui e acolá, mas para estar onde a vida e a saúde lhe permitissem estar”.

Joseph Ratzinger revelou a sua intenção de renunciar ao “ministério petrino” durante uma reunião (consistório) com os cardeais em Roma, considerando já não ter “forças, devido à idade avançada”, para “exercer adequadamente” a sua missão.

A sua decisão tornou-se oficial a 28 de fevereiro de 2013 e posteriormente foi convocado um conclave para a eleição de um novo Papa, onde foi escolhido o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que adotou o nome de Francisco.

O último caso de renúncia, situação pouco comum na história da Igreja, tinha sido o do Papa Gregório XII, em 1415.

Bento XVI passou a viver no mosteiro “Mater Ecclesiae”, localizado no Vaticano, perto da Basílica de São Pedro, acompanhado por quatro leigas consagradas que o serviram durante o pontificado e pelo seu secretário particular, D. Georg Gänswein, o atual prefeito da Casa Pontifícia.

Para o patriarca de Lisboa, o facto de Bento XVI ter ficado “fisicamente junto do seu sucessor, no coração da Igreja, numa vida de oração e reflexão”, representa um contributo frutuoso, a todos os níveis.

“É um exemplo para todos nós, para quem esteja em iguais condições de emérito, seja na Igreja ou em outro tipo de exercícios sociais e profissionais, tanto se fala com o silêncio como com as palavras”, sublinha D. Manuel Clemente, lembrando no entanto que Joseph Ratzinger continua a falar ao mundo, através dos “textos que deixou”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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