Presidente do Centro Regional de Braga da UCP considera o Papa emérito uma figura «humilde e consciente»
Lisboa, 07 fev 2014 (Ecclesia) – O presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP), João Duque, considera que a decisão de renunciar ao pontificado mostra que Bento XVI é uma pessoa “humilde e consciente” com “grande personalidade”.
A renúncia de Bento XVI foi o “ato culminante de uma personalidade grande” de um homem “humilde e consciente de que a Igreja é muito maior que cada um dos seus membros, mesmo que seja o Papa”, escreve o teólogo, em artigo publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
“Parece-me uma decisão sábia, adequada e que revela, antes de tudo, uma perfeita consciência do significado do seu ministério, muito mais importante do que a pessoa que o exerce”, acrescenta.
Noa opinião do professor universitário, a figura do Papa ocupa “na estrutura atual da Igreja Católica um lugar saliente”, sendo um cargo que do ponto de vista simbólico exige “certo modo de presença da pessoa que exerce esse ministério” e do ponto de vista governativo “uma capacidade administrativa muito própria”.
“Na racional lucidez que sempre marcou Bento XVI, este deve ter-se apercebido que já não podia desempenhar estas tarefas de modo pleno, podendo com isso prejudicar a Igreja, e como tal, considerou oportuno que fosse outra pessoa a assumir esse papel”, sustenta João Duque.
O presidente do Centro Regional de Braga da UCP diz “compreender” a decisão de Bento XVI revelando no entanto admiração por se achar “estranho que um Papa resigne” uma vez que é “habitual a resignação dos bispos, a partir dos 75 anos de idade” e “do ponto de vista eclesial o Papa é antes de tudo e na base o bispo de Roma, que pode e deve ser enquadrado no conjunto do colégio episcopal, mesmo que desempenhe um ministério específico no interior desse colégio”.
Na próxima terça-feira, completa-se um ano sobre o anúncio da renúncia de Bento XVI ao pontificado, durante um encontro com cardeais que tinha sido convocado para decidir três causas de canonização.
MD