Padre José Vilaça destaca importância da encíclica «Salvifici Doloris». escrita em 1984
Braga, 07 fev 2014 (Ecclesia) – O padre Jorge Vilaça, do Departamento para a Pastoral da Saúde na Arquidiocese de Braga, escreveu a propósito do Dia Mundial do Doente (11 de fevereiro), lembrando o exemplo de João Paulo II como “sofredor”.
“O Papa João Paulo II resiste ainda na memória de várias gerações, admirado em diversos ângulos: desportista, ator, comunicador, pastor, Papa, ministro de Deus, líder e animador de massas e de fiéis, no entanto, talvez tenha ficado marginal a sua faceta mais fecunda: a de sofredor”, relata.
O padre Jorge Vilaça recorda a carta encíclica de 11 de fevereiro de 1984 sobre o sentido cristão do sofrimento (Salvifici Doloris) onde João Paulo II define, três anos após ter sofrido um atentado na Praça de São Pedro em Roma, “o ser humano como mistério e o sofrimento como apelo à transcendência do homem, um sofrimento que suscita compaixão, respeito e intimidação”.
“É inesquecível a última aparição pública do Papa João Paulo II: no limiar das forças físicas, foi conduzido à janela do ‘Angelus’, tentando sofregamente dizer algumas palavras à multidão que estava na Praça de São Pedro e não o conseguindo fazer”, acrescenta.
Este “evangelho do sofrimento continua a ser escrito em silêncio em muitas casas, lares, hospitais”, escreve o padre Jorge Vilaça lembrando que se “o paradigma dominante apela ao tudo jovem, tudo belo, tudo saudável, tudo com sucesso a reflexão antropológica eclesial e o acompanhamento pastoral deve distanciar-se claramente deste equívoco”.
“O acompanhamento pastoral tem a marca da compaixão, centro e natureza da autoridade, capaz de evitar a distância da piedade bem como a exclusividade da simpatia”, explica o sacerdote do Departamento Arquidiocesano para a Pastoral da Saúde de Braga.
“Uma bala entrou no corpo do Papa João Paulo II, saindo-lhe em palavras ensanguentadas na ‘Salvifici Doloris’” sendo que “trinta anos depois, que entre uma bala no corpo muralhado da Igreja. Quem sabe, ela se esvai em forma de testemunho”, conclui o padre Jorge Vilaça no artigo que escreve a propósito do Dia Mundial do Doente.
MD