Papa quer presença católica no mundo digital

Francisco pede Igreja em sintonia com a humanidade atual

Cidade do Vaticano, 23 jan 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje a Igreja Católica a promover um “testemunho cristão” no mundo digital para chegar, através da rede, às “periferias existenciais”.

“Tenho-o repetido já diversas vezes: entre uma Igreja acidentada que sai pela estrada e uma Igreja doente de autorreferencialidade, não hesito em preferir a primeira. E quando falo de estrada, penso nas estradas do mundo onde as pessoas vivem: é lá que as podemos, efetiva e afetivamente, alcançar”, escreve o Papa na sua mensagem para o 48.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

O texto, intitulado ‘Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro’, alarga a reflexão às “estradas digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança”.

“Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital”, apela aos cristãos.

Para o Papa, é necessário “abrir as portas das igrejas” para que as pessoas entrem, “independentemente da condição de vida em que se encontrem” e para que o Evangelho “possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos”.

“Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim?”, questiona.

Francisco sustenta que a presença da Igreja no mundo da comunicação deve ajudar todos a “apreciar melhor tos grandes valores inspirados pelo Cristianismo”, como, por exemplo, “a visão do ser humano como pessoa, o matrimónio e a família, a distinção entre esfera religiosa e esfera política, os princípios de solidariedade e subsidiariedade”, entre outros.

O Papa precisa que o testemunho cristão a que se refere “não se faz com o bombardeamento” de mensagens religiosas, mas com “a vontade de se doar aos outros”.

“É preciso saber-se inserir no diálogo com os homens e mulheres de hoje, para compreender os seus anseios, dúvidas, esperanças, e oferecer-lhes o Evangelho, isto é, Jesus Cristo”, explica.

A mensagem sublinha que este diálogo é um desafio que “requer profundidade, atenção à vida, sensibilidade espiritual”.

“Dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas”, observa.

Francisco pede que a Igreja não recorra a “truques ou efeitos especiais” na sua comunicação e que aposta no contacto com o “próximo, com amor, com ternura”, e diz que a internet pode oferecer “maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos”.

“A revolução nos meios de comunicação e de informação são um grande e apaixonante desafio que requer energias frescas e uma imaginação nova para transmitir aos outros a beleza de Deus”, acrescenta.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (1 de junho, em 2014).

A mensagem do Papa tem a data da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).

OC

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