«Genebra 2»: Santa Sé na cimeira de paz

Papa Francisco e líderes cristãos pedem solução diplomática para o conflito na Síria

Lisboa, 22 jan 2014 (Ecclesia) – O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convidou a Santa Sé para a cimeira internacional de paz para a Síria, uma iniciativa da Rússia, Estados Unidos da América e Nações Unidas que se inicia hoje.

A delegação do Vaticano é composta pelo arcebispo Silvano Tomasi, representante da Santa Sé junto das instituições da ONU com sede em Genebra, e mons. Alberto Ortega Martín, da Secretaria de Estado, especialista em questões do Médio Oriente.

As conversações entre Governo e oposição sírias vão ser acompanhadas por mais de 30 países, incluindo os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, representantes da Liga Árabe e da União Europeia, entre outros.

No primeiro discurso anual aos membros do corpo diplomático acreditados na Santa Sé, a 13 de janeiro, o Papa Francisco alertou para as “imagens de destruição e de morte” que chegam de vários pontos do globo, em particular da Síria.

O Papa recordou a realização da conferência ‘Genebra 2’, que visa tentar garantir uma solução política para a guerra civil na Síria, que segundo as Nações Unidas terá provocado mais de 120 mil mortos e 8 milhões de deslocados desde março de 2011, altura em que se iniciaram os confrontos entre vários grupos da oposição e o Governo de Bashar al-Assad.

Francisco deixou votos de que esta iniciativa “marque o início do desejado caminho de pacificação” e promova “o pleno respeito do direito humanitário”.

Uma primeira cimeira, em 2012, tinha apelado à criação de um Governo de transição que conduzisse à realização de eleições na Síria.

O Conselho Ecuménico das Igrejas (CEI) pediu que a nova reunião internacional promova um cessar-fogo imediato de todos os confrontos e hostilidades no território sírio”, evitando qualquer intervenção militar.

“Não há tempo a perder: muitas pessoas morreram ou foram obrigadas a deixar as suas casas”, explicou o reverendo Olav Fykse Tveit, secretário-geral do CEI.

O arcebispo sírio-católico Jacques Behnan Hindo disse à Agência Fides, do Vaticano, que os responsáveis políticos devem evitar que “se repita na Síria o que aconteceu no Egito”.

Os cristãos “esperam que a Conferência de Genebra abra para perspetivas de democracia, liberdade e igualdade”, acrescentou.

Já o bispo de Alepo, D. Antoine Audo, apela ao respeito pela especificidade da Síria durante o debate que se vai iniciar em Montreux e prosseguir em Genebra, na Suíça.

“Perguntamos ao quê e a quem é útil a tentativa de destruir um país que era estável e que conservava tesouros da civilização”, questiona, em declarações à Fides.

O futuro cardeal Vincent Nichols, presidente da Conferência Episcopal de Inglaterra e Gales, emitiu uma nota a pedir orações pela Síria, num momento em que se preparam “negociações cruciais”.

OC

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