Cristãos convidados a pensar o papel Papa

Irmão Alois afirma também que os jovens querem «outra organização económica»

Taizé, França, 18 jan 2014 (Ecclesia) – O responsável pela Comunidade Ecuménica de Taizé, irmão Alois, desafiou todos os cristãos a considerar que o bispo de Roma pode “apoiar a comunhão entre todos” e afirmou que os jovens desejam “outra organização económica”.

“Não poderiam todos os cristãos considerar que o bispo de Roma é chamado a apoiar a comunhão entre todos, uma comunhão em Cristo, onde podem permanecer algumas expressões teológicas que comportam diferenças?”, questiona o prior de Taizé num artigo divulgado por ocasião do Oitavário de Oração Pela Unidade dos Cristãos enviado à Agência Ecclesia.

Para o irmãos Alois, o Papa Francisco “indica” a direção “ao apresentar como prioridade para todos o anúncio da misericórdia de Deus”.

“Não falhemos neste momento providencial. Estou consciente de estar a tocar um assunto muito quente e de o fazer de forma talvez deficiente. Contudo, para avançar, parece-me inevitável que procuremos modos de entrar neste caminho de uma diversidade reconciliada”, escreve o responsável pela Comunidade Ecuménica de Taizé.

O irmão Alois, que sucedeu ao fundador da Comunidade de Taizé, irmão Roger, em 2005, considera que as confissões cristãs devem encontrar formas de se colocarem todas “sob o mesmo teto” sem esperar “que todas as formulações teológicas estejam completamente harmonizadas”.

“Não chegou a hora em que será preciso coragem para nos colocarmos todos sob o mesmo teto, sem esperarmos que todas as formulações teológicas estejam completamente harmonizadas? Não será possível expressarmos a nossa unidade em Cristo – Ele não está divido – constatando que as diferenças que permanecem na expressão da fé não nos dividem?”, interroga-se.

O prior de Taizé considera que “haverá sempre diferenças”, que devem ser avaliadas em “conversas francas”, na certeza de que “muitas vezes podem também conduzir a um enriquecimento”.

Neste artigo, o irmãos Alois referiu a experiência de ecumenismo vivida em Taizé, onde os jovens de diferentes confissões cristãs se sentem “profundamente unidos”.

“Em Taizé, surpreendemo-nos ao constatar que os jovens que passam juntos alguns dias na nossa colina, ortodoxos, protestantes e católicos, se sentem profundamente unidos, sem com isso rebaixarem a sua fé a um mínimo denominador comum, nem procederem a um nivelamento dos seus valores”, afirmou o irmãos Alois.

“Se é possível em Taizé, por que não será isso possível noutros lugares?”, questiona.

Neste artigo, o responsável pela Comunidade Ecuménica de Taizé recorda o Encontro pela Paz que decorreu nos últimos dias de 2013 em Estrasburgo (França), onde os jovens foram desafiados a acolher a adquirirem “uma verdadeira consciência europeia”.

Para o prior de Taizé, apesar da paz “sem precedentes” na História da Europa, permanece o “muro das consciências”.

“Os jovens que vieram a Estrasburgo gostariam de uma Europa aberta e solidária: solidária entre todos os países europeus e solidária com os povos mais pobres dos outros continentes”, refere o irmão Alois.

Neste artigo, o prior de Taizé afirma que os jovens “aspiram a uma outra organização económica” e pedem “à mundialização da economia esteja associada uma mundialização da solidariedade”.

A comunidade de Taizé foi fundada em 1940 e é hoje constituída por mais de 100 irmãos, de várias nacionalidades e igrejas cristãs, recebendo semanalmente a visita de milhares de jovens.

O texto integral do artigo do irmão Alois vai ser publicado na próxima edição do semanário digital Ecclesia.

PR

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