Vaticano: Diplomacia da Santa Sé tem de assumir atitude missionária

Secretário de Estado do Vaticano afirma que a centralidade da pessoa é a prioridade da sua atividade.

Cidade do Vaticano, 18 jan 2014 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, afirmou esta sexta-feira que a prioridade da diplomacia é “a centralidade da pessoa humana” e tem de se assumir em “estado permanente de missão”.

“O Papa Francisco impele-nos a considerar a centralidade da pessoa humana não de modo abstrato, mas cada homem em particular. Toda pessoa deve estar no centro da nossa ação, sobretudo a pessoa do pobre, do marginalizado, do fraco, as pessoas mais vulneráveis, as pessoas que não têm voz ”, referiu D. Pietro Parolin em entrevista ao Centro Televisivo do Vaticano.

Para o secretário de Estado do Vaticano, o princípio da centralidade da pessoa deve “fazer da diplomacia um caminho para o encontro” porque “somente encontrando-se se pode entender o outro, aceitar o outro e se pode colaborar”.

D. Pietro Parolin afirmou também nesta entrevista que a diplomacia deve promover a solidariedade e “ter a peito a situação dos outros”, reagindo a uma “cultura da indiferença” e assumindo-se em “estado permanente de missão”.

“E essa característica, essa renovação eclesial, essa conversão pastoral, deve dizer respeito a todas as estruturas da Igreja, e deve dizer respeito também à Cúria Romana e deve concernir também à diplomacia eclesiástica que são de certo modo os dois âmbitos principais em que se coloca a atividade do Secretário de Estado”, afirmou.

D. Pietro Parolin, nomeado a 31 de agosto 2013 pelo Papa Francisco como secretário de Estado, iniciou funções a 18 de novembro seguinte, após ter sido submetido a uma pequena intervenção cirúrgica no hospital universitário de Pádua, tendo depois estado a recuperar da mesma em Veneto (norte da Itália), sua terra natal.

O atual secretário de Estado, que vai ser criado cardeal no consistório de 22 de fevereiro, era núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Venezuela desde 2009, onde foi reconhecida a sua capacidade diplomática para dialogar com o governo de Caracas, junto dos presidentes Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

Antes desta missão, o arcebispo italiano tinha passado sete anos no Vaticano como subsecretário para as relações com os Estados, uma espécie de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.

Nestas funções, assumiu os dossiês das negociações com o Vietname e Israel, para além dos contactos com a China, tendo sido ordenado bispo por Bento XVI em setembro de 2009.

O arcebispo italiano, de 58 anos, é o mais jovem a ocupar o cargo desde Eugenio Pacelli, o Papa Pio XII, que foi secretário de Estado entre 1930 e 1939.

OC/PR

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