Igreja: Local para velar os mortos deve chamar-se «Velório»

D. José Cordeiro considera erradas as expressões capela pascal, da ressurreição ou mortuária

Lisboa, 17 jan 2014 (Ecclesia) – O bispo de Bragança, D. José Cordeiro, defende que os locais onde se celebra o ritual das exéquias se devem chamar apenas “Velório” e não “capela pascal, capela da Ressurreição ou pior ainda capela mortuária”.

“Nos tempos atuais, em muitas freguesias e paróquias constroem as erradamente chamadas capela pascal, capela da ressurreição ou pior ainda capela mortuária”, alerta D. José Cordeiro em artigo de opinião publicado no semanário ECCLESIA desta quinta-feira.

“Atendendo à celebração litúrgica das exéquias e porque nem todos têm possibilidade de celebrar em casa do defunto é aceitável que exista um lugar para o velório e que este se chame mesmo Velório” devendo esse lugar ser entendido como “uma camara ardente onde se vela com a família do defunto, especialmente em ambiente de vigília de oração para os crentes”, acrescenta.

“Onde for possível, recomenda-se que este velório, não se realizando em casa do defunto, se faça numa capela da comunidade adaptada para esta oração, na qual se proceda à celebração exequial ou se celebre na igreja”, sugere D. José Cordeiro.

Fazendo uma breve reflexão acerca do lugar do velório e da dignidade da celebração da morte, o bispo de Bragança explica que “a orientação da reforma litúrgica para o rito das exéquias é dupla: exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã e adaptar mais o rito às condições e tradições das várias regiões, mesmo na cor litúrgica”, por isso “o velório em casa do defunto ou no lugar do Velório é uma intercessão pelo defunto e uma consolação para a família”.

O ritual das exéquias, tendo em conta as situações das diversas regiões, propõe alguns tipos de celebração para as exéquias cristãs, segundo três esquemas diferentes: “em casa do defunto, na igreja e no cemitério com duas procissões: da casa do defunto para a igreja e da igreja para o cemitério; na capela do cemitério e junto da sepultura sem a celebração da Eucaristia ou em casa do defunto”, explica.

“É louvável que o velório seja com uma celebração da Palavra ou com uma parte da Liturgia das Horas ou com a recitação do rosário ou outras formas de oração com textos bíblicos devidamente aprovados para favorecer a participação dos fiéis”, sendo que depois da celebração da missa exequial costuma realizar-se o rito da última encomendação, que não deve, no entanto, ser “entendido como uma purificação do defunto, mas como a última saudação dirigida pela comunidade cristã a um dos seus membros, antes de o corpo ser levado para a sepultura”, alerta D. José Cordeiro.

“Segundo o conjunto do rito das exéquias celebra-se o culto de Deus, que é o Deus dos vivos, salienta-se a centralidade do mistério pascal de Cristo, restabelece-se o sentido da comunidade cristã diante da morte, que é chamada a celebrar a própria fé pascal e restitui-se à morte o seu carácter humano e afirma-se o primado da pessoa humana”, conclui o bispo de Bragança em artigo de opinião publicado esta quinta-feira no semanário ECCLESIA.

MD

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