Natal: Bispo de Setúbal acompanhou grupo da Cáritas numa visita aos sem-abrigo da região

Dificuldades sociais permanecem por quebrar, «apesar de todas as estratégias adotadas»

Setúbal, 07 jan 2014 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, D Gilberto dos Reis, aproveitou o tempo de natal e o início do ano para estar de forma mais próxima com os mais pobres, com as pessoas sem-abrigo da região.

De acordo com o serviço informativo da diocese, o prelado acompanhou “uma equipa da Cáritas composta por dois técnicos, três voluntários e um utente do Centro Social S. Francisco Xavier”.

“A noite que se revelava bastante fria, foi agradavelmente aquecida pela boa disposição e desejo genuíno de ir ao encontro das pessoas”, relata a nota.

No refúgio efémero de uma das várias fábricas abandonadas da cidade de Setúbal, que permanecem como memorial de outros tempos, mais prósperos, ou pura e simplesmente na rua, ao relento, sem nada para mitigar o frio sem ser duas ou três folhas de papelão, as histórias daqueles que se desencontraram com a vida foram sendo descobertas e desvendadas.

Um dos homens recebeu a equipa de apoio e D. Gilberto dos Reis numa “antiga fábrica de conservas”, onde estava instalado com mais quatro companheiros nas mesmas circunstâncias.

Apesar da conjuntura difícil, o homem revelou-se um exemplo de força e de tenacidade, pela “postura positiva face à vida”.

“Muito comunicativo”, acolheu o grupo “com um lume fantástico, única fonte de luz em todo o espaço, mostrou a horta que criou, repleta das mais variadas plantações, partilhou a sua vivência, os seus planos e desejos”.

Numa outra estrutura fabril desativada, outra realidade, mais grave, um homem “vítima de uma doença degenerativa grave, desorientado no tempo e no espaço e dependente de álcool”.

Apoiado no braço do bispo, levantou-se e comeu, “a única refeição de vários dias”, e partilhou com a equipa da Cáritas as “suas memórias”, recordou a família, “sorriu” mas “voltou a prender-se numa realidade só sua”.

Uma realidade que “apesar de todas as estratégias adotadas por parte da Cáritas, não se tem conseguido quebrar”.

Antes do regresso, mais duas paragens para deixar comida, cobertores, para levar conforto espiritual, para ajudar quem sofre a desabafar os seus problemas.

“Em muitos destes rostos viu-se gratidão. Os pobres são assim. Agradecem aquilo que lhes é devido por direito”, realça o texto publicado no site diocesano.

JCP

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