Responsável da Santa Sé pede ajuda para o Uganda

O Uganda precisa urgentemente da ajuda da comunidade internacional para sair da grave crise em que se encontra, afirma o cardeal Renato Martino, ato responsável da Santa Sé. O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, que visitou o país africano no início deste mês, assegura que é possível ajudar o Uganda com três gestos decisivos: “fazer com que terminem os confrontos armados”, “perdoar a dívida externa” e “apoiar concretamente os projectos de desenvolvimento”. O representante papal visitou áreas de guerra como Gulu, Kalongo e Kitgum. Nesses locais, a população atravessa uma situação catastrófica causada pela pobreza e a guerrilha do “Exército de Resistência do Senhor” (LRA). A guerra no Uganda causou pelo menos 20.000 vítimas civis, outras tantas crianças sequestradas e perto de um milhão de pessoas deslocadas no Norte, o que representa 2/3 da população local. “Como é sabido, até agora há grupos do exterior que atiçaram a guerrilha e sustentaram a acção dos rebeldes”, sublinhou o cardeal Martino em declarações à Rádio Vaticano. Em Novembro do ano passado, o vice-secretário geral da ONU afirmou que a pior situação humanitária no mundo se encontrava no Uganda, com uma população massacrada por 18 anos de guerrilha, seria legítimo esperar que a opinião pública internacional acordasse para a tragédia. Em Gulu, capital da região, cerca de 7 a 8 mil crianças dirigem-se todas as noites para os hospitais da cidade para dormir. De manhã, voltam para os campos, que às vezes se encontram a 10 km de distância.

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