Braga: Natal é alegria e comprometimento com o bem comum

D. Jorge Ortiga lembrou na homilia do dia de Natal que a data deve marcar uma mudança na vida

Braga, 26 dez 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga afirmou esta quarta-feira, dia 25 de dezembro que o Natal é símbolo de “alegria interior” e momento importante para redescobrir “o valor de todo e qualquer ser humano”.

 “O Natal é esta prenda de Jesus, palavra que se torna alegria interiormente e na vida toda, não se tratará da alegria da auto-satisfação de todas as vontades ou caprichos mas redescoberta do valor de todo e qualquer ser humano, acabando com aquilo a que o Papa Francisco chama de globalização da indiferença”, disse o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga na homilia de dia 25 de dezembro na Sé de Braga.

Lembrando as palavras do Papa Francisco na exortação apostólica D. Jorge Ortiga defendeu que a “alegria do Evangelho reside num comportamento que sabe estar comprometido com o bem comum”.

Partindo da análise das leituras do dia, o arcebispo de Braga revelou “a necessidade de reaprender a celebrar o Natal” porque “o seu significado desvirtuou-se deixando de ser a aurora dum mundo novo para tornar-se consagração de comportamentos impostos, por razões estranhas ao essencial”, passando o que deveria ser “gerador de alegria, em cada cristão e por intermédio destes noutros”, a ser “analgésico para alguns momentos de marcada tristeza e perplexidade”.

“Gozam-se e saboreiam-se, sozinhos ou em companhia de familiares, e tudo volta aos caminhos dos enigmas e interrogações, com o essencial aconteceria um encontro com uma pessoa Viva (Cristo) a dizer-nos palavras pertinentes e oportunas para todas as circunstâncias da nossa vida”, alertou D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga na homilia do dia de Natal na Sé da cidade.

Fazendo uma análise da situação social e económica da arquidiocese de Braga D. Jorge Ortiga revelou a sua preocupação com “o fenómeno da acrescida desertificação do interior” dado que “a emigração de pessoas em idade laboral continua a crescer e os idosos, por amor à terra ou apego a gostos pessoais, começam a experimentar um isolamento confrangedor”.

“O interior vai ficar com as suas belezas naturais e com os discursos da importância do turismo, mas continua a ficar sem o consequente apoio e estímulo para que seja realmente bom viver em regiões afastadas dos grandes centros urbanos”, alertou o arcebispo de Braga. 

Na homilia de 25 de dezembro D. Jorge Ortiga recorreu a um conto de Natal da escritora Sophia de Mello Breyner que conta a história de uma menina que vivia sozinha até ao dia em que encontrou um amigo numa manhã de outubro, com quem passa a conviver, e que depois, no dia de Natal, descobre que esse amigo era o próprio Menino Jesus.

 Desse conto, o arcebispo de Braga enfatizou uma frase, retirada de um diálogo, no qual alguém apresenta à menina a razão pela qual esse amigo não tem direito a um presente no Natal: “Porque é pobre. E os pobres não têm presentes.”

“O Menino Jesus do conto não tinha prendas materiais, ele era a prenda que movia para celebrar o encontro com os outros e apostar na possibilidade dum mundo a nascer marcado pelo amor invisível que incomodará a classe daqueles que jogam com quem não pode usufruir do essencial”, explicou o arcebispo de Braga na sua homilia do dia de Natal.

“Sejamos, como Maria, essa montanha de ternura”, finalizou D. Jorge Ortiga. 

MD

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