Igreja/Sociedade: D. Manuel Martins recorda luta pelos Direitos Humanos

Lisboa, 12 dez 2013 (Ecclesia) – O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, recebeu o Prémio Ângelo d´Almeida Ribeiro atribuído pela Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados.

Se algo incomodou a vida de D. Manuel Martins foi “a agressão dos direitos humanos” e essa “sensibilidade apurou-se, sobretudo, quando chegou à diocese de Setúbal”, disse à Agência ECCLESIA, após a cerimónia desta terça-feira.

O prelado reconhece que o seu múnus episcopal em Setúbal (1975-1998) o marcou “profundamente”, numa altura em que “o báculo e a mitra tinham tanto lugar nas fábricas, bairros abandonados, nas pessoas com fome, como tinha na catedral ou, se calhar, até talvez mais”.

D. Manuel Martins recebeu a distinção durante a sessão comemorativa do 65º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Salão Nobre da Ordem dos Advogados (OA), e sublinhou que a sua missão de bispo “tinha de ser exercida nesta dimensão”.

Para o bastonário cessante da OA, Marinho Pinto, o homenageado teve um papel essencial “contra a pobreza e na defesa dos direitos humanos”.

D. Manuel Martins foi “uma voz que se ergueu em Portugal” num tempo “em que era difícil falar” e “marcou uma época”, disse à Agência ECCLESIA.

“A voz de D. Manuel Martins ouve-se com respeito e admiração”, acrescentou.

O ‘Prémio Ângelo d’Almeida Ribeiro’ foi instituído pela OA para “distinguir anualmente as personalidades ou entidades nacionais que mais se tenham destacado na defesa dos direitos dos cidadãos”, refere o regulamento do galardão.

D. Manuel Martins nasceu em 1927, na Diocese do Porto, onde foi pároco de Cedofeita e, após o regresso do exílio de D. António Ferreira Gomes, em 1969, vigário-geral da diocese até à nomeação para primeiro bispo da Diocese de Setúbal, onde se distinguiu pela “defesa aberta e persistente dos mais carecidos”.

LFS

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