Francisco, «personalidade do ano» da Time

Porta-voz da Santa Sé fala em homenagem a quem sai em defesa da paz e da justiça

Cidade do Vaticano, 11 dez 2013 (Ecclesia) – A revista norte-americana ‘Time’ elegeu o Papa Francisco como “Personalidade do Ano” em 2013 “por arrancar o papado do palácio e o levar para as ruas” e por “dosear julgamento e misericórdia”.

“No espaço de nove meses, desde que assumiu funções, ocupou exatamente o centro das conversas fulcrais dos nossos tempos: sobre a riqueza e a pobreza, a equidade e a justiça, a transparência, a modernidade, a globalização, o papel das mulheres, a natureza do casamento, as tentações do poder”, acrescenta a publicação.

Após o anúncio, feito hoje, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que esta decisão “não surpreende, tendo em conta a ressonância e a grande atenção que a eleição do Papa Francisco e o início do novo pontificado despertaram”.

Segundo a Time, “o líder da Igreja Católica tornou-se na nova voz da consciência, com a atenção centrada na compaixão”, apresentando Francisco como “o Papa do Povo”.

Para o padre Lombardi, esta escolha – na qual participam também os leitores – é “um sinal positivo”, representando “um dos reconhecimentos mais prestigiados no âmbito da imprensa internacional”.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé entende que a distinção é uma homenagem para alguém que “anuncia ao mundo valores espirituais, religiosos e morais, falando resolutamente em favor da paz e de uma maior justiça”.

Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março, após este ter renunciado ao pontificado, algo que aconteceu pela primeira vez em seis séculos de história na Igreja Católica.

O Papa, primeiro sul-americano a ser eleito como bispo de Roma, escolheu chamar-se Francisco, uma decisão inédita até então.

A Time destaca a escolha do nome, inspirado em Francisco de Assis, um “santo humilde”, e o apelo do Papa a uma Igreja “de cura”.

“O primeiro Papa não-europeu em 1200 anos está pronto para transformar um lugar em que as mudanças se medem ao século”, acrescenta a revista.

O padre Lombardi referiu, numa nota divulgada pelo Vaticano, que Francisco “não procura fama nem sucesso, porque cumpre o seu serviço anunciando o Evangelho do amor de Deus por todos”.

“Se isso atrai homens e mulheres e lhes dá esperança, o Papa está feliz. Se esta eleição como ‘homem do ano’ significa que muitos entenderam – pelo menos implicitamente- esta mensagem, é certo que se alegra por isso”, acrescentou.

Jorge Mario Bergoglio nasceu na capital da Argentina a 17 de dezembro de 1936, filho de emigrantes italianos, e trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus (jesuítas), licenciando-se em filosofia antes do curso teológico.

Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).

João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998.

O primaz da Argentina seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.

Francisco é o terceiro Papa a ser escolhido como personalidade do ano pela Time, após os beatos João XXIII, em 1962, e João Paulo II, em 1994.

OC

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