Publicações: Vaticano destaca compromisso de Bento XVI no encontro entre as confissões religiosas

Livro «O Diálogo Inter-religioso no ensino oficial da Igreja Católica (1963-2013)» foi apresentado hoje

Cidade do Vaticano, 12 nov 2013 (Ecclesia) – Os responsáveis do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso (Santa Sé), apresentaram hoje o livro “O Diálogo Inter-religioso no ensino oficial da Igreja Católica (1963-2013)” que apresenta o magistério pontifício desde o Concilio Vaticano II até Bento XVI.

A publicação visa “apresentar aos cristãos e aos crentes de outras religiões o pensamento oficial da Igreja”, informou D. Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, em conferência de imprensa promovida pela Santa Sé.

O cardeal francês destacou o papel desempenhado por Bento XVI, Papa emérito, neste percurso, com quase 200 textos relativos ao encontro entre religiões em sete anos de pontificado centrados na proposta de um “diálogo da caridade na verdade”.

O membro da Cúria Romana deu como exemplo a carta que 38 académicos muçulmanos enviaram ao Papa alemão, um ano após o discurso pronunciado por Bento XVI em Ratisbona (viagem à Alemanha, 2006) que gerou contestação de alguns grupos islâmicos.

O responsável explicou que o pensamento da Igreja se insere no “espírito Nostra Aetate”, documento conciliar que exorta os fiéis ao diálogo e à colaboração com os seguidores de outras religiões, “dando testemunho de fé e de vida cristã e que reconheçam, preservem e promovam os valores espirituais, morais e socioculturais”.

O livro “O Diálogo Inter-religioso no ensino oficial da Igreja Católica (1963-2013)” é composto por uma coleção de textos conciliares, encíclicas, exortações apostólicas e discursos papais, bem como documentos de organismos da Santa Sé sobre o diálogo inter-religioso.

No total são 909 documentos divididos por sete textos conciliares, dois do Papa João XXIII, 97 de Paulo VI, 97, dois de João Paulo I, 591 do Papa João Paulo II, de Bento XVI constam 188 e ainda 15 da Cúria Romana, três textos legislativos e quatro da Comissão Teológica Internacional.

“A escolha dos textos respeita o âmbito do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso omitindo portanto o diálogo inter-religioso com os judeus, que compete à Comissão para as Relações Religiosas com o Judeus constituída no âmbito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o diálogo ecuménico e o diálogo com outras Igrejas e comunidades eclesiais”, revelou o cardeal Jean-Louis Tauran.

Os três índices – analítico, geográfico e geral – permitem encontrar o conteúdo “mais interessante para depois o procurarem em formato eletrónico na internet”, considerou o responsável que acrescentou que este volume também é disponibilizado num formato maior, de capa dura, com 2100 páginas que “oferece um acesso fácil aos fundamentos teológicos do diálogo inter-religioso que o magistério da Igreja ensina e pratica”.

O padre Miguel Guixot, secretário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, destacou afirmações dos últimos Papas – Paulo VI; João Paulo I; João Paulo II e Bento XVI – sobre o diálogo inter-religioso.

“O caminho ainda é longo mas com o Papa Francisco contínua o ‘diálogo de amizade’. Em poucos meses realizou várias reuniões com representantes de outras religiões e tem falado em várias ocasiões sobre o diálogo inter-religioso”, considerou.

VIS/CB

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