História: Concílio de Trento foi experiência com «soluções para o presente», assinala arcebispo de Braga

D. Jorge Ortiga acompanha seminário internacional sobre reunião magna do século XVI

Braga, 07 nov 2013 (Ecclesia) – D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, destacou hoje a atualidade do Concílio de Trento como reposta e atitude de uma Igreja sem receio de “situações porventura negativas”.

“A história da Igreja é sempre muito importante porque não se repete mas das experiências do passado obriga-nos naturalmente a pensar e a encontrar soluções no presente”, disse o prelado à Agência ECCLESIA, sobre a importância de promover um congresso sobre o Concílio de Trento quando se assinalam os seus 450 anos.

Para além da atualidade do Concilio nos dias de hoje, o prelado destaca a atitude da Igreja no século XVI.

“Era grande a crise mas o Concílio conseguiu unir a Igreja em torno da reforma e fazer com que tivesse uma Igreja de esplendor e entrássemos na Idade Moderna da com os descobrimentos, com a expansão da fé e outras realidades”, observou.

O arcebispo de Braga considera que a Igreja “soube reagir a partir do Concílio”, que ao início foi pouco participativo, à “crise na sociedade mas também na própria Igreja”.

D. Jorge Ortiga destacou que o Congresso Internacional ‘Concílio de Trento – Restaurar ou Inovar’, que termina esta sexta-feira em Braga, “vai demonstrar por muitos historiadores e teólogos católicos mas também de outras culturas e expressões religiosas” a atualidade desta reunião magna da Igreja.

O interveniente considera que a marca do Concílio de Trento não foi surgir como Contra-Reforma ao protestantismo uma vez que esta reorganização “já estava em movimento” na Igreja e inclui Martinho Lutero dentro desse processo.

Uma reforma em Portugal iniciada em Braga e protagonizada pelo arcebispo conciliar Frei Bartolomeu dos Mártires que implementou duas realidades do Concílio: A formação dos sacerdotes, com instituição do Seminário Conciliar de Braga, “que nasce nessa altura e foi um reconhecer que a Igreja passa muito pelos sacerdotes, por aquilo que eles são e pelo exercício do seu ministério” e também pela formação dos leigos, “uma necessidade de trabalhar na cultura, na formação dos leigos que ele confiou aos jesuítas”.

O arcebispo recorda que o Papa Paulo VI, no fim do Concílio Vaticano II, ofereceu aos bispos o livro “Estímulo de Pastores”, escrito por D. Frei Bartolomeu dos Mártires no Concílio de Trento, “podia ter escolhido outro livro, mais atual mas foi buscar também esse livro para oferecer”.

Para D. Jorge Ortiga a realização deste congresso quando se assinalam 50 anos do Concílio Vaticano II é uma “coincidência feliz” porque não o pretendem restaurar e inovar “mas juntar as duas realidades”.

PR/CB/OC

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