Seminários: Um tempo de formação para «a vida toda», assinala bispo de Lamego

D. António Couto destaca especificidade do espaço de formação dos futuros padres

Lamego, Viseu 07 nov 2013 (Ecclesia) – D. António Couto, bispo de Lamego, destacou hoje o papel dos seminários como lugar de formação dos sacerdotes em oposição aos seminários em ambiente de trabalho, estudo ou universitário.

“Quero referir-me ao Seminário em sentido estrito e específico, que é o lugar, o tempo e o modo onde e como a Igreja reúne e forma os candidatos ao sacerdócio. O lugar e o modo é aqui uma casa ampla e simples, com espaços interiores e exteriores”, revela D. António Couto destacando a diferença com a palavra ‘Seminário’ que “está na moda” e “usa-se na universidade e para múltiplos encontros de estudo e de trabalho”.

No âmbito mais alargado do significado, seminário “é um tempo onde as pessoas se reúnem” para partilharem as suas ideias e pontos de vista acerca de uma determinada temática ou situação e “sempre neste sentido lato, um Seminário é aquilo que a raiz da palavra indica: uma sementeira”, assinala o bispo de Lamego.

“Os seminários de estudo ou de trabalho e o seminário que prepara para a vida sacerdotal têm na sua raiz a semente”, acrescenta o prelado, no comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

“Também de forma diferente dos seminários que por aí se realizam, o tempo do Seminário para a formação sacerdotal não é um dia nem uma semana ou um semestre, mas a vida toda”, assinala no âmbito da Semana do Seminários que se celebra com o tema ‘Para que Cristo se forme em nós’, de 10 a 17 de novembro.

Os espaços interiores e exteriores do seminário, segundo D. António Couto, devem ter “vistas para Deus e para o mundo” uma vez que o futuro sacerdote tem de “aprender a ver e a ouvir Deus de perto e a ser visto e ouvido por Deus, como tem igualmente de estar atento às situações concretas em que vivem os homens e mulheres deste tempo”.

O prelado cita os documentos do magistério da Igreja e explica que a missão específica do Seminário é «formar Pastores para a Igreja de hoje, no mundo de hoje» em Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis, n.º 61; Normas Fundamentais para a Formação Sacerdotal nas Dioceses Portuguesas, n.º 129 e 162.

Neste sentido, o seminário deve ter duas vertentes, uma humana e outra cristã, respetivamente: “uma comunidade de profunda amizade e caridade, de modo a ser considerada uma verdadeira família, que vive na simplicidade, na confiança e na alegria” e “deve configurar-se como comunidade de discípulos do Senhor Ressuscitado”.

Os formadores dos futuros sacerdotes “saberão acompanhar cada candidato e levá-lo a ver a sua vocação à luz da Igreja, da sua doutrina, da sua prática pastoral e litúrgica e da sua legislação”, considera D. António Couto que assinala que este acompanhamento tornará o formando “sensível às dores de cada ser humano” para que “neste mundo controverso” seja o “verdadeiro semeador de esperança”.

CB

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