Vaticano: Dia de Todos os Santos é «de preceito»

Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa afirma que com a supressão do feriado do dia de «Todos os Santos» é mais difícil cumprir uma tradição «tão humana e tão cristã» de visitar os cemitérios

Lisboa, 31 out 2013 (Ecclesia) – O padre Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse hoje que o Dia de Todos os Santos continua a ser um «dia de preceito» e, “na medida do possível”, os católicos “devem participar numa missa”.

“Pela primeira vez, neste dia 1 de novembro, vamos ter um «dia santo» que não coincide com um feriado nacional: é o Dia de Todos os Santos, que para os católicos continua a ser um «dia de preceito», ou seja em que, na medida do possível, devem participar numa missa, continuando a ser um dia de trabalho, já que foi suprimido o feriado”, referiu o padre Manuel Morujão à Agência ECCLESIA.

Em Portugal, foram suprimidos dois feriados civis (5 de outubro e 1 de dezembro) e dois feriados religiosos (Solenidade do Corpo de Deus, uma quinta-feira, 60 dias depois da Páscoa, e a Solenidade de Todos os Santos no dia 1 de novembro): “Estes dois, tendo em conta o que ficou acordado entre o Estado Português e a Santa Sé, foram apenas suspensos e não suprimidos”, recordou o porta-voz da CEP.

Esta supressão/suspensão entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2013 tendo ficado consignada em lei a 30 de agosto de 2012, na 5.ª alteração ao Código de Trabalho de 2009.

“Passados não mais de 5 anos, se fará uma reavaliação, para verificar se todos estes feriados (incluindo também os civis) poderão voltar a acontecer, passadas as agruras da crise”, assinala o padre Manuel Morujão.

Sobre a comemoração do dia dos Fiéis Defuntos, a 2 de novembro, o porta-voz Conferência Episcopal Portuguesa lembrou que muitas pessoas costumavam cumprir a tradição de “visitar os cemitérios, onde foram sepultados os seus familiares e amigos, e participar em celebrações religiosas” no dia 1 de novembro, aproveitando o facto de ser feriado.

Com a supressão do feriado “não será tão fácil cumprir esta devoção tão humana e tão cristã”, declara o padre Manuel Morujão.

“Já antes era costume quando não se podia cumprir esta romagem de devoção, na data precisa, tal se fazia no fim-de-semana mais próximo”, afirma o porta-voz da CEP numa declaração escrita enviada à Agência ECCLESIA.

CB/PR

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top