Peregrinação do Ano da Fé marcada por alertas para consequências da cultura do «provisório»
Cidade do Vaticano, 26 out 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano dezenas de milhares de famílias de 70 países, incluindo Portugal, para uma jornada mundial no Ano da Fé, deixando alertas para a cultura do “provisório”.
“Mão na mão, sempre e para toda a vida! Não liguem a esta cultura do provisório, que corta a vida em bocados. Com esta confiança na fidelidade de Deus enfrenta-se tudo sem medo, com responsabilidade”, disse aos casais presentes.
Depois de uma tarde preenchida com música e testemunhos de famílias católicas, o Papa presidiu a uma celebração, na qual apelou à oração pelos casais, porque “têm necessidade da ajuda de Jesus” para se acolherem e perdoarem reciprocamente.
Carrinhos de bebé, crianças de várias idades, pais e avós misturaram-se na Praça de São Pedro para ouvir Francisco e para uma profissão de Fé: o Papa chegou ao local de mãos dadas com 10 crianças, que transportavam balões.
“Aquilo que mais pesa na vida é a falta de amor”, disse, recordando o peso dos “silêncios, também na família, entre marido e mulher, entre pais e filhos”.
Francisco deixou palavras para os idosos que estão sós e para as famílias que têm de tomar conta, sem ajudas, de pessoas com necessidades especiais.
O Papa destacou ainda a importância da oração, em particular no seio do casamento, para a “longa viagem que há por fazer, juntos, uma longa viagem que não é aos bocados, dura toda a vida”.
Como tinha feito noutras ocasiões, Francisco aconselhou os casais a não terminarem o dia “sem fazer as pazes”, pedindo “desculpa” quando for necessário.
“Se falta o amor, falta a alegria, a festa, e o amor é sempre Jesus que o dá”, acrescentou.
Em conclusão, o Papa pediu aos presentes que permaneçam “sempre unidos a Jesus” e o levem a todos com o seu “testemunho” de vida.
A celebração concluiu-se com uma passagem, em carro descoberto, de Francisco pelo meio da Praça de São Pedro.
Entre os testemunhos da tarde contaram-se intervenções de uma família de Lampedusa (Itália), que ajudou a acolher imigrantes na ilha, e de outra que teve de fugir da Síria.
Os Pandolfi, com quatro filhos, falaram da experiência de acolher menores em dificuldade, como a Clara, de nove anos, que não vê, não ouve e está completamente dependente.
Durante o encontro houve uma recolha de fundos para as famílias da Síria, através de uma linha solidária, numa iniciativa da Cáritas e do Conselho Pontifício para a Família.
O Papa vai presidir este domingo à missa final da peregrinação das famílias ao Vaticano no Ano da Fé.
RV/OC
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