Novo bispo das Forças Armadas e de Segurança

D. Manuel Linda frisa que a sua missão é diferente do trabalho «sindical»

Lisboa, 10 out 2013 (Ecclesia) – O novo bispo das Forças Armadas e de Segurança disse hoje à Agência ECCLESIA que pretende assumir este setor com “atenção” à realidade e “discrição” na sua atuação, face às dificuldades que o país enfrenta.

“A minha missão, evidentemente, não é de natureza sindical, é o anúncio da verdade em Jesus Cristo, que passa pela dimensão afetiva e sociocaritativa, isto é, a presença de quem pode dar ajuda a quem dela precisa, uma ajuda que não é meramente de ordem económica”, revelou D. Manuel Linda, de 57 anos, que o Papa nomeou esta quinta-feira como ordinário castrense em Portugal, sucedendo a D. Januário Torgal Ferreira, que resignou por limite de idade.

O novo responsável pelo setor das Forças Armadas e de Segurança era bispo auxiliar da Diocese de Braga desde junho de 2009, tendo sido ordenado em setembro do mesmo ano, na Catedral de Vila Real, e vai passar a residir em Lisboa.

“Procurarei estar com atenção e chamar a atenção de quem de direito, se o caso o justificar, mas fá-lo-ei sempre de forma muito discreta”, adianta o bispo, natural da Diocese de Lamego, quando questionado sobre os efeitos da crise económica nos profissionais do setor.

O ordinário castrense foi capelão militar há três décadas e admite que a realidade hoje é “muito diferente”, apesar de essa experiência lhe permitir agora conhecer “minimamente o estilo de vida no ambiente militar”.

“É um mundo que não me é completamente desconhecido, embora as coisas tenham mudado muito”, prossegue.

Nesse sentido, D. Manuel Linda recorda a necessidade de um “trabalho prévio” para se inserir na realidade que vai encontrar.

O prelado destaca que vai ter a missão “exclusiva” de liderar o Ordinariato Castrense, que acompanha os católicos nas Forças Armadas, militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas, Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública.

“A Santa Sé quer valorizar a função de ordinário castrense, em pé de igualdade com os bispos diocesanos”, sublinha.

Até à tomada de posse do novo bispo, em data ainda a definir, o Ordinariato será guiado pelo padre Manuel Amorim, vigário-geral castrense, na qualidade de administrador diocesano.

D. Manuel Linda confessa que “gostava muito” de estar em Braga, mas diz aceitar com “alegria e disponibilidade de espírito” a nova tarefa que lhe foi confiada pelo Papa.

O bispo manifesta ainda a intenção de trabalhar “de mãos dadas” com capelães de outras confissões religiosas para um trabalho conjunto.

O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata assinada entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela Capelania Mor e pelos centros de assistência religiosa da Armada, do Exército, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.

OC

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Agência ECCLESIA

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