Na sua solicitude pastoral, o Santo Padre acaba de me nomear Bispo das Forças Armadas e de Segurança ou Ordinário Castrense de Portugal. Como já lhe testemunhei, agradeço-lhe esta prova de confiança e prometo exercer o meu novo ministério na mais estreita comunhão efetiva e afetiva com o sucessor de Pedro e com o Colégio Episcopal, mormente com os Bispos de Portugal.
Quero aproveitar este momento para cumprimentar cordialmente aqueles e aquelas que, no nosso país, assumem o alto encargo de, a nível interno e externo, promover a paz e a segurança. Deixai que faça meus os votos da chamada «bênção de Aarão»: “O Senhor vos abençoe e vos proteja! O Senhor faça brilhar sobre vós o seu rosto e vos acompanhe com a sua misericórdia! O Senhor volte para vós a sua face e vos conceda a paz!” (Num 6, 24-26).
Evidentemente, estes cumprimentos dirigem-se a todos quantos, direta ou indiretamente, se ligam ao Ordinariato Castrense: aos leigos, quer os militares, quer os das forças de segurança, e suas famílias; aos civis que trabalham para estes setores; aos governantes que tutelam estas áreas; ao meu caríssimo antecessor, o senhor D. Januário Torgal Ferreira; ao Vigário Geral, e agora também Administrador Diocesano, P. Manuel Amorim; ao corpo de capelães e aos Diáconos; enfim, aos diversos agentes de pastoral que, com o seu trabalho voluntário e o seu testemunho, muito contribuem para manter viva a chama da fé entre a família militar e nos corpos policiais.
Há muitos anos, no início do meu ministério presbiteral, já tinha sido chamado a assistir pastoralmente o Exército, no então serviço militar obrigatório. E fi-lo com muita alegria e realização sacerdotal. Este setor, por conseguinte, já não me é completamente estranho. Conheço os seus valores e potencialidades. Mas essa experiência também me lembra que não é a mesma coisa governar uma Diocese territorial ou dirigir o Ordinariato Castrense. De qualquer forma, no que me for possível, privilegiarei a tarefa da evangelização, da santificação e da caridade. E, a exemplo do Papa Francisco, intentarei que os católicos das Forças Armadas e de Segurança espelhem a imagem de uma Igreja missionária, misericordiosa, alegre, simples, inclusiva e disposta a dirigir-se às «periferias». Conto com a boa vontade de todos, neste momento civilizacional de oportunidade histórica para a fé. Obviamente, espero muito da dedicação generosa dos Capelães, meus mais diretos colaboradores.
Seja-me permitido, ainda, dirigir-me a quantos não participam da minha convicção religiosa. Nem por isso deixaremos de nos dar bem, de nos relacionar e até de colaborar num verdadeiro desenvolvimento humano integral. É que todos assentamos no terreno comum da mesma realidade fundante: a comum humanidade. E, eu como vós e vós como eu, experimentamos as mesmas “alegrias e esperanças, tristezas e angústias” (GS 1) que tecem as nossas existências. Saberemos, por conseguinte, respeitarmo-nos, coexistir e colaborar no âmbito de imensas plataformas comuns possíveis.
Desejo, finalmente, mostrar o meu grande apreço por aquela que, até ao momento, constituía a minha direta pertença eclesial: a Arquidiocese de Braga. Na pessoa do seu Arcebispo, senhor D. Jorge Ortiga, estendo um abraço de muita simpatia ao seu Bispo Auxiliar, o senhor D. António Moiteiro, ao Clero, aos Diáconos, aos Seminários, às Ordens, Congregações e Institutos Laicais e aos leigos em geral, especialmente àqueles muitos milhares que, nas visitas pastorais, encontrei nas Paróquias e nos movimentos e obras de apostolado arquidiocesanas e que muito concorrem para uma Igreja verdadeiramente viva e corresponsável.
Imploro sobre todos a proteção divina por intermédio da Mãe de Jesus, seja qual for a invocação pela qual a designamos, bem como a mediação dos Patronos da Armada, Exército, Força Aérea, GNR e PSP: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” (Gl 6, 18).
Rezai pelo vosso bispo. Eu também já comecei a rezar por vós.
10 de outubro de 2013
D. Manuel Linda