Portugal: Bispo deixa alerta sobre atividade política

Porto, 03 out 2013 (Ecclesia) – D. Pio Alves, administrador apostólico da Diocese do Porto, recordou a respeito das últimas eleições autárquicas o papel dos cristãos na vida política e considera que a imagem criada na opinião pública não incentiva à participação ativa.

“Deixo aqui a minha saudação às mulheres e aos homens que, com verdadeiro espírito cívico, exerceram funções; às/aos que continuam; às/aos que iniciam. A todos: Obrigado!”, assinala D. Pio Alves, num texto a publicar na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

Num artigo sobre as autárquicas do último domingo, o prelado recorda que o Concílio Vaticano II, na encíclica Gaudium et Spes, revela a “especial responsabilidade” dos cristãos na política: “Todos os cristãos tenham consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política; por ela são obrigados a dar exemplo de sentida responsabilidade e dedicação pelo bem comum”.

Também do Concílio, o decreto Apostolicam Actuositatem, reforça que os católicos “peritos nos negócios públicos e firmes, como devem ser, na fé e doutrina cristã, não recusem participar neles uma vez que, exercendo-os dignamente, podem atender ao bem comum e, ao mesmo tempo, abrir caminho ao Evangelho”, desenvolve D. Pio Alves.

Das recentes eleições, analisa que na primeira linha da informação as notícias sobre autarcas e autarquias foram variadas: “A grande informação centrou, prioritariamente, a sua atenção nos números, cruzados estatisticamente de molde a responder a quase todas as curiosidades”, escreve o também presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Segundo D. Pio Alves, “estas mulheres e estes homens”, que trabalham pelas suas comunidades com diferentes níveis de responsabilidade, “normalmente” são notícia “quando suspeitos e acusados de incapacidades ou abusos como corrupção, gestão danosa, nepotismo, favorecimento ilícito.

E se existem atos ilícitos também existe “muito fumo sem fogo”, “a inveja, a calúnia, a leviandade informativa são capazes de muitas construções”, acrescenta.

Para o administrador apostólico da Diocese do Porto, a imagem construída na opinião pública “macula tudo e todos quantos assumem ou se dispõem a assumir estas funções” e considera que esta situação “dá jeito aos cidadãos honestos para se desculparem da sua inibição”, uma contribuição que poderia “dar” um ar novo à construção e ao exercício da política.

CB/OC

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