Terra Santa: Peregrinar a um destino espiritual, religioso e patrimonial

Conhecer e viver a espiritualidade nos locais bíblicos é a proposta do Comissariado em Portugal

Lisboa, 30 ago 2013 (Ecclesia) – Peregrinar à Terra Santa e conhecer os caminhos bíblicos é mais do que uma “viagem de férias”, explica o frei Miguel de Castro Loureiro, comissário da Custódia da Terra Santa.

A Terra Santa é um destino privilegiado de peregrinações e muitos locais que falam da vida de Jesus são guardados por frades franciscanos que em cada país, através de representantes do Comissariado da Terra Santa, divulgam a riqueza patrimonial, religiosa e as comunidades cristãs desta região.

Mesmo com a instabilidade geopolítica “não há lugar mais seguro para peregrinar”, considera o frei Miguel de Castro Loureiro, Comissário da Terra Santa em Portugal, que considera que os meios de comunicação social empolam o conflito.

“Já estive a cerca de 20 quilómetros de um atentado e foi de Portugal que fiquei a saber”, assinala o frade franciscano em entrevista ao programa ECCLESIA.[[v,d,4139,Entrevista com Frei Miguel de Castro Loureiro]]

“Uma viagem que permite viver a espiritualidade de cada local santo”, é o programa que os comissariados organizam, numa proposta igual por toda a Europa.

Na Terra Santa interessa visitar todos os lugares santos e a peregrinação começa pela cidade de Jope, em Israel, “onde o custódio ia buscar os cristãos que chegavam de barco e levava-os para Jerusalém”, começa por descrever.

Depois, a peregrinação ruma ao norte para conhecer a parte histórica de Cesareia, sobem ao monte Carmelo e vão para São João de Acre, “onde há uma presença portuguesa muito importante por causa dos cruzados”, continua o sacerdote.

Em Tiberíade, os peregrinos podem observar o lago, onde se faz a evocação do batismo de Jesus, os montes Golã e direcionam-se para Nazaré, descendo para Jericó, “onde aconteceu o batismo de Jesus”, local disponível para visita diária desde o ano, revela o comissário português, que também é um guia acreditado.

A viagem segue para Jerusalém, onde os peregrinos observam a cidade, veem também Belém e Ein Karem e depois, de uma peregrinação de oito dias e de passarem por todos os lugares bíblicos de Jesus, regressam a Portugal.

Historicamente, o sultão do Egito entregou os lugares santos à responsabilidade de São Francisco de Assis e a figura dos Comissariados da Terra Santa foi instituída depois pela bula «His Quae» do Papa Martinho V, a 24 de fevereiro de 1421, “para que em cada reino os comissários auxiliassem os reis católicos a ajudar a missão da Terra Santa”, contextualiza o frei Miguel de Castro Loureiro, que integra um conjunto de 84 comissários presentes em 44 países.

Depois, em 1965, o Papa João Paulo VI confirmou “válidos e funcionais os comissariados”.

 “Os comissários espalhados pelo mundo fazem de elo de ligação entre a realidade eclesial local com a realidade eclesial da Terra Santa”, assinala o frade franciscano.

Em Portugal, para além das dioceses e da Conferência Episcopal, o Comissariado anima “sobretudo a jornada de oração e o ofertório pontifício de Sexta-feira Santa” e tenta que as populações contribuam para os “diversos projeto sociais e educativos da Terra Santa”.

Estes organismos têm a função de salvaguardar e contribuir para a melhoria das condições de vida das populações e para a concórdia na região: “somos mediadores de paz mas é preciso vontade política e uma mudança cultural de mentalidade e geracional”, revela.

PR/CB/LS

 

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