Sociedade: «A razão pública» leva Poiares Maduro ao «meeting de Rimini»

Ministro-adjunto do governo português considera que a dimensão religiosa não deve ser excluída do espaço público

Rimini, Itália 21 ago 2013 (Ecclesia) – O ministro-adjunto Poiares Maduro participou em duas conferências do 34º Meeting de Rimini, Itália, e revela que o elo comum é “a construção de uma razão pública” fundamental para a democracia, onde devem participar crentes e não-crentes.

“É fundamental a conceção de um espaço público e da razão pública que não exclua a religiosa”, explicou Poiares Maduro à Rádio Vaticana, clarificando que na construção do espaço europeu, é necessária a intervenção dos católicos, de outras religiões e dos não crentes.

O ministro português, Poiares Maduro, participou em duas conferências no encontro promovido pelo movimento Comunhão e Libertação: uma sobre “Pessoa, Política e Justiça nos grandes discursos de Bento XVI” e outra que interroga o continente europeu, com o tema “Europa dos Povos, Europa dos Estados?”, respetivamente esta segunda e terça-feira.

Segundo Poiares Maduro, o tema comum das duas intervenções é “a construção de uma razão pública enquanto elemento fundamental para alimentar de forma positiva o funcionamento de uma democracia”, revelou.

Com esta “razão pública” a democracia funciona “bem” e produz resultados para as “necessidades das sociedades e dos cidadãos”, assegura o ministro-adjunto.

A primeira conferência incidiu sobre um livro com discursos selecionados de audiências do Papa emérito Bento XVI, onde o interlocutor considerou que alguns destes textos “têm uma dimensão política, à democracia e ao constitucionalismo”.

Nos discursos Bento XVI “apela à racionalização da fé”, a uma abertura desta “razão pública” onde os argumentos da fé relacionam-se com a razão como “construção do espaço comum entre diferentes os religiosos e laicos.

“O diálogo é a ferramenta essencial para a convivência entre as instituições públicas e os cidadãos, a política deve existir para ser capaz de falar com todos”, disse na conferência.

Na segunda conferência, sobre o projeto europeu, o ministro Poiares Maduro, considerou à Rádio Vaticano, que um dos problemas “é a dificuldade da construção pública europeia” como espaço que legitime “social e politicamente” o “bem” de todos os países e povos que vivem no contexto da União Económica e Monetária.

Na conferência desta terça-feira, com Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, o ministro português reafirmou é preciso uma “Europa com uma capacidade fiscal própria e com um orçamento que contribua diretamente para os cidadãos europeus”.

De Portugal, para o 34º «meeting de Rimini», o ministro-adjunto levou os inúmeros sacrifícios que os portugueses têm feito nos últimos anos e sublinhou que “a grande preocupação” é a relação de “interdependência” entre Portugal e a Europa.

Desta interdependência é necessário precaver as “identidades próprias” de cada sociedade e é preciso “restabelecer as condições de confiança mútua entre todos os Estados europeus”.

‘Emergência ser humano’ foi o tema escolhido pelo movimento ‘Comunhão e Libertação’ para a 34ª edição do ‘Encontro da Amizade entre os Povos’, que se prolonga até ao dia 24 de agosto, em Rimini.

RV/CB/LS

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