Lisboa, 09 ago 2013 (Ecclesia) – O padre italiano Aurelio Gazzera, missionário na República Centro-Africana, divulgou ataques e massacres da milícia islâmica Séléka na Diocese de Bouar, onde pelo menos 14 aldeias foram abandonadas com muitos refugiados.
O sacerdote carmelita, citado hoje pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), explicou que com estes ataques da milícia islâmica Séléka pelo menos 14 aldeias foram “completamente” abandonadas e a “população obrigada a fugir”.
Esta quarta-feira Aurelio Gazzera visitou os locais onde ocorreram os ataques e confessou-se horrorizado com o “terrível” cenário.
“As pessoas que testemunharam os acontecimentos contaram-me que os rebeldes atiraram os cadáveres ao rio e entre os mortos encontrava-se uma criança de apenas cinco meses. O número de mortos é de pelo menos 15 pessoas, mas calcula-se que o número total das pessoas assassinadas possa ser de várias dezenas”, assinalou à AIS.
O missionário percebeu, também, que as aldeias maioritariamente muçulmanas “não foram afetadas por estes ataques ou foram-no de forma muito ligeira”.
Os lugares mais afetados situam-se perto desta missão católica de Bozoum, “a 70 – 120 km, na estrada que une Bozoum a Bossangoa”, exemplifica o sacerdote habituado a negociar com a milícia Séléka pelo bem-estar da população.
No fim de semana chegaram mais de 970 refugiados à missão, na diocese de Bouar, a cerca de 440 quilómetros noroeste da capital.
Na próxima segunda-feira, há uma celebração inter-religiosa pela paz na República Centro-Africana, na sede da Diocese de Bouar.
Vão estar presentes os representantes da Igreja Católica, da comunidade muçulmana e das várias Igrejas Evangélicas que recentemente expressaram o seu empenho pela paz e a rejeição da violência.
AIS/CB