Portugal: Igreja acompanha migrantes nas dioceses e no estrangeiro

Comunidades católicas celebram semana dedicada a quem deixa a sua terra natal

Lisboa, 09 ago 2013 (Ecclesia) – A Igreja Católica acompanha os emigrantes portugueses em vários países e promove, a partir de domingo, uma semana dedicada a quem teve de deixar o seu país, com o tema ‘Migrações: Peregrinação de fé e de esperança’.

O programa de rádio ECCLESIA na Antena 1 vai apresentar no início da Semana Nacional de Migrações um conjunto de depoimentos sobre as celebrações promovidas pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, que têm o seu ponto central na peregrinação dos dias 12 e 13 a Fátima, a atividade de secretariados diocesanos e o testemunho de um sacerdote português em Paris.

Em Vila Real, a diocese conhece e acompanha o fenómeno da emigração desde a década de 60 do século passado.

“Faço muitos atendimentos e as pessoas dizem que não têm alternativa, agora, são essencialmente licenciados na área da educação e alguns enfermeiros”, explica Hélder Afonso responsável pela Cáritas local.

O responsável realça a importância de fixar as pessoas para dinamizar a Igreja local e para o rejuvenescimento da região.

Para Hélder Afonso, no Douro – património mundial da humanidade – é necessário trabalhar mais na pastoral do turismo para criarem dinamismo económico e mais emprego: “É um apelo urgente conseguir fixar as pessoas e a Igreja e os secretariados não deixarão cair este património no esquecimento”.

Em Braga, o padre José Granja, Coordenador do Secretariado da Pastoral da Mobilidade, explica que segundo “os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras existem cerca de 10 mil imigrantes no distrito”.

De acordo com o sacerdote, com as migrações são as famílias, as paróquias e a sociedade que ficam mais pobres e este é “um dos grandes desafios da igreja em Portugal” porque o “pastor tem de procurar as suas ovelhas”.

Em janeiro, a equipa diocesana para o setor decidiu criar um observatório para alargar a reflexão e a ação a outros agentes da pastoral e da sociedade: Cáritas, pastoral universitária, comissão diocesana Justiça e Paz, Ação Católica, Liga Operária Católica e a comunidade angolana, cabo-verdiana e ucraniana.

Paris, capital da França, acolhe uma das maiores comunidades portuguesas no estrangeiro e o sacerdote Anastácio Alves está a viver a nova realidade desde outubro, quando começou a acompanhar estes emigrantes, numa “experiência pastoral, humana e sacerdotal boa”.

“Somos padres para trabalhar onde é necessário, em vários serviços e aspetos da missão pastoral e os emigrantes são umas das áreas onde a Igreja tem necessariamente de estar atenta e presente”, assinala.

Com semelhanças e diferenças de uma paróquia em Portugal, o padre Anastácio Alves explica que são “uma paróquia portuguesa em Paris”, pois a igreja foi cedida à comunidade nos anos 80 do século passado.

“Os espaços, os serviços e as celebrações são em português e faz-nos sentir quase em casa”, revela o sacerdote que acrescenta que o saudosismo da comunidade é combatido nestes encontros de fé e também sociais no café da paróquia.

LFS/CB

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