Francisco manifestou «profunda gratidão» pelo pontificado do primeiro Papa que visitou Fátima
Cidade do Vaticano, 06 ago 2013 (Ecclesia) – A Basílica de São Pedro, no Vaticano, vai acolher hoje uma missa para assinalar o 35.º aniversário da morte do Papa Paulo VI, sob a presidência do bispo de Bérgamo, D. Francesco Beschi.
O jornal da Santa Sé, ‘L’Osservatore Romano’, refere que a celebração quer ser um momento de “reconhecida oração pelo dom deste generoso e leal servidor do Evangelho, do Homem e da Igreja”.
A iniciativa é da Associação ‘Studium Fidei’, de Trieste, que dá seguimento ao compromisso iniciado pelo ex-secretário particular do Papa Montini, o arcebispo Pasquale Macchi.
Antecipando a festa litúrgica da Transfiguração, celebrada anualmente a 6 de agosto, o Papa Francisco recordou este domingo com “profunda gratidão” o pontificado de Paulo VI, falecido neste dia, em 1978.
Giovanni Battista Montini foi o sucessor de João XXIII, tornando-se o Papa que viria concluiu o Concílio Vaticano II e seria o primeiro a visitar Fátima.
António Matos Ferreira, diretor do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, recorda em texto publicado no Semanário ECCLESIA que Paulo VI, eleito a 21 de junho de 1963, era já “um eclesiástico amplamente conhecido e respeitado”, que tinha acompanhado “gerações fortemente laicais e inspiradoras de novas formas de vivência eclesial e pastoral”.
“O pontificado de Paulo VI assumiu e interpretou as expectativas de uma modernidade motivada por confrontos ideológicos, mas também galvanizada pela necessidade de fazer surgir um mundo novo (melhor) empenhado na justiça, na paz e na cooperação e participação democráticas”, refere o especialista.
Apesar de “muitas perplexidades e sentimentos dolorosos” diante dos acontecimentos do mundo e da Igreja na época, acrescenta o historiador, “Paulo VI deu continuidade a uma renovação da função petrina como realidade primeiramente espiritual, despojada e de serviço”.
Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini nasceu a 26 de setembro de 1897 na Lombardia, Itália, e foi ordenado padre em 1920, tendo entrado ao serviço diplomático da Santa Sé.
Nomeado arcebispo de Milão em 1953, foi criado cardeal em dezembro de 1958, por João XXIII.
Entre 1964 e 1970, Paulo VI fez nove viagens internacionais, as primeiras de um Papa moderno, incluindo a passagem por Fátima a 13 de maio de 1967.
O Papa italiano escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos; assinou ainda a exortação apostólica ‘Evangelii nuntiandi’ (1975), sobre a evangelização no mundo contemporâneo, e discursou na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 4 de outubro de 1965.
Paulo VI morreu no dia 6 de agosto de 1978.
OC