Angola: Vocação para o voluntariado

João Ferrão vai deixar Portugal em missão de dois anos

Lisboa, 31 jul 2013 (Ecclesia) – João Ferrão faz voluntariado há mais de uma década e vai partir em outubro para Luanda, Angola, onde durante dois anos vai colocar as suas competências e capacidades de consultor ao serviço da comunidade.

Esta experiência faz parte da vida do jovem de 28 anos desde a adolescência e, por isso, já trabalhou em vários projetos como com crianças e adolescentes, “num bairro social em Lisboa, a Musgueira”, aulas de informática a idosos, casas de acolhimento e já foi também responsável por um projeto de animação no Bairro Padre Cruz.

O voluntário revela à ECCLESIA que sempre gostou de fazer muitas coisas e que participa em várias iniciativas: “Tenho a cabeça sempre muito dispersa e sempre gostei de estar em vários projetos ao mesmo tempo”.

Ao longo deste percurso admira a capacidade de entrega dos seus colegas e inspira-se, também, nestas entregas ao voluntariado porque gosto de ajudar, “muitas delas com emprego, família e filhos e trabalham até às duas da manhã para o voluntariado e isso é muito inspirador”, explica.

A ideia de fazer voluntariado em países de missão e a vontade de entrega aos outros sempre esteve presente na sua vida e, agora, durante dois anos, vai concretizar essa vontade em Luanda.

[[a,d,4096,Emissão 31-07-2013]]Antes de escolher a Fidesco, um organismo católico de solidariedade internacional, pesquisou sobre organizações não-governamentais (ONG) de voluntariado fora de Portugal para fazer a escolha mais adequada.

Segundo João Ferrão, esta ONG foi a mais interessante, não só pelas condições que oferece como pelo propósito dos seus projetos: “A maioria das organizações enviam as pessoas para formação ou evangelização e a Fidesco envia-nos para fazer um trabalho técnico, com base nas nossas competências e capacidades, porque responde a pedidos e necessidades locais”.

Quando começou a ser voluntário a mensagem de Deus não era a principal motivação pois não era cristão, católico e assumia-se “como ateu” porque considerava que o seu contributo podia ser diferente, agora, depois da sua “conversão” e de várias experiências admite que a marca cristã é importante.

“Comecei a achar que fazia sentido assumir-me como cristão, porque dá outra visão, a dedicação que damos aos outros, como Jesus, que dá sem pedir nada em troca, lembramo-nos disso e acho que a prestação melhora”, explica.

Para o jovem de Lisboa, a conversão não foi de um dia para o outro mas um “caminho de fé que nunca termina” com dúvidas “até ao final da vida”.

“Há um primeiro dia em que vamos à missa, há um primeiro dia em que nos assumimos cristãos perante os nossos amigos e ficam todos a olhar com ar esquisito, mas é um caminho”, revela na entrevista ao programa ECCLESIA, transmitido hoje, às 22h45, na Antena 1 da rádio pública.

Para João Ferrão esta é a altura certa, depois do curso, de um mestrado e ter experimentado o mercado de trabalho pois considera que todos são “multidisciplinares”, que todos têm várias áreas e “ter uma vida só é incrivelmente aborrecido, enquanto pessoa é insustentável”, declara.

405 jovens e adultos vão realizar este ano projetos de voluntariado missionário em países em desenvolvimento e 1073 em Portugal, revelou a Fundação Fé e Cooperação (FEC), da Igreja Católica.

Este é o maior número de voluntários em missão fora de Portugal desde que a FEC começou a publicar dados relativos a estas iniciativas, em 2003.

CP/CB/OC

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