Bispos portugueses elogiam gestos simples e alegria visível na iniciativa internacional
Lisboa, 30 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje aos participantes na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, que encerrou este domingo, a darem continuidade a esse evento internacional que reuniu milhões de pessoas.
“Agora, jovens amigos, devemos continuar a viver, dia após dia, aquilo que juntos professamos na JMJ”, escreveu, na sua conta da rede social Twitter, ‘@Pontifex_pt’.
A passagem do Papa pelo Rio de Janeiro, na última semana, foi comentada à Agência ECCLESIA por D. Pio Alves, administrador apostólico da Diocese do Porto, e os bispos auxiliares D. António Bessa Paiva e D. João Lavrador, do Porto, e D. António Moiteiro, auxiliar de Braga.
Para D. Pio Alves, a JMJ é um incentivo para quem participa e para quem as segue, representando “uma oportunidade para que os jovens “com o seu específico e legítimo modo de ser sejam um incentivo nas respetivas comunidades em que estão inseridos”.
O administrador apostólico sublinha que os gestos de proximidade do Papa Francisco, com o seu “estilo muito próprio”, “penetram ainda mais” na juventude que é uma “camada fundamental”.
“Ficamos de boca aberta”, assinala por sua vez D. António Bessa Taipa, bispo auxiliar da diocese do Porto, sobre a JMJ no Brasil e do acompanhamento que fez do maior encontro de jovens da Igreja Católica.
“Como é possível aquela gente toda juntar-se e andar atrás daquele senhor, do Papa Francisco, que efetivamente é um homem imprevisível porque é muito simples a quem o papado não fez tremer, não mudou?”, questionou.
Para o prelado, o “profundo” conhecimento que Francisco tem da sociedade e dos povos faz com que os jovens fiquem “entusiasmados por este homem que acreditam que representa Cristo”.
A JMJ tem uma “importância fundamental” porque, segundo D. António Taipa, proporciona aos jovens “um encontro com eles próprios à luz de Jesus de Nazaré”, e, como o Papa referiu, “eles são protagonistas da mudança”.
A empatia do Papa argentino, com a sociedade brasileira e com os jovens, mereceu destaque na observação que D. António Moiteiro, bispo auxiliar de Braga, dedicou à JMJ, com destaque para o apelo de Francisco quando convidou os jovens a questionar a Igreja: “Devem desinstalar muitas das coisas que existem nas nossas paróquias e dioceses para que tenham verdadeiramente um lugar nas comunidades cristãs e na Igreja de hoje”.
D. António Moiteiro faz uma análise “muito positiva” deste encontro e explica que “é um momento” em que se pode “fazer o anúncio do Deus de Jesus, do Deus de amor”.
“O Papa quando diz que não há caminho cristão sem a cruz diz aos jovens que se querem construir a felicidade esta dimensão da cruz é essencial como caminho para chegar à ressurreição”, conclui.
D. João Lavrador, por seu turno, assinala “a riqueza única” que representou o contacto entre o pontífice e os jovens, “mesmo sem dizer muitas palavras, com a sua forma simples, humilde e próxima”.
Neste encontro que se revelou, também, ecuménico, “porque há jovens no Rio de Janeiro que pertencem a outras formas religiosas”, Francisco chamou a atenção da sociedade e dos jovens, em particular, para o “projeto de solidariedade do amor ao próximo”.
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