«Ver três milhões de pessoas na Praia de Copacabana foi uma recompensa e ao mesmo tempo um testemunho muito forte», realça Filipe Teixeira
Rio de Janeiro, 30 jul 2013 (Ecclesia) – O lisboeta Filipe Teixeira integrou o grupo de 60 jovens voluntários portugueses que trabalharam na organização das jornadas mundiais da juventude deste ano, que decorreram no Rio de Janeiro, Brasil, entre 23 e 28 de julho.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, no rescaldo do último grande encontro internacional da Igreja Católica, o jovem de 29 anos da Paróquia de Camarate descreve uma experiência “maravilhosa” que “vai guardar para toda a vida”.
O voluntário português, que colabora com o Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, chegou ao Rio de Janeiro em novembro de 2012 para trabalhar no setor de comunicação do Comité Organizador Local (COL) da JMJ.
Grande parte do seu trabalho foi realizado “antes de a jornada começar, na área da criação, do design gráfico”, no tratamento de “toda a imagem ligada ao evento”.
Ao início, confessa, foi “uma aventura trabalhar longe de casa”, pois “apesar de a língua ser a mesma” faltavam “muitas coisas”, como “a família e os amigos”.
No entanto, “a amabilidade e hospitalidade do povo brasileiro”, evidenciada ao longo dos últimos oito meses, e já em julho, a chegada dos peregrinos portugueses, ajudaram a dar sentido permanente ao trabalho que estava a ser realizado.
Entre os vários acontecimentos que fizeram parte da agenda das JMJ no Rio de Janeiro, Filipe Teixeira destaca três: a ida com os jovens portugueses ao Cristo Redentor, no dia 18 de julho, um almoço com o Papa Francisco no dia 26 e a missa de encerramento das jornadas no último domingo.
O facto dos jovens portugueses terem participado na entrega de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda diretamente da Cova da Iria, a um “santuário tão importante em todo o mundo foi muito importante”, sobretudo quando é por demais conhecida a “grande devoção” que Portugal e Brasil dedicam a Maria, sublinha o voluntário.
Por outro lado, acrescenta, “ver três milhões de pessoas” na celebração final das jornadas, na Praia de Copacabana, depois de todas as “tribulações” motivadas pela mudança de local (recorde-se que o encerramento estava inicialmente previsto para Guaratiba mas as condições climatéricas adversas obrigaram a mudar os planos) “foi como que uma recompensa e ao mesmo tempo um testemunho muito forte”
“São acontecimentos como este que ajudam a perceber realmente que esta jornada não é levada pelos homens, é levada por Deus, é ele que comanda esta barca”, salienta.
Quanto ao encontro pessoal com o Papa, juntamente com 12 jovens de todo o mundo, Filipe Teixeira guarda-o na sua memória como “um autêntico milagre de Deus”.
Para o jovem de Camarate, “ter a oportunidade de estar pouco mais de uma hora a escutar as suas palavras, a fazer perguntas, entrando em diálogo, foi uma coisa maravilhosa”.
Durante a conversa com Francisco, o voluntário português aproveitou para falar sobre a crise em Portugal e na Europa, e pedir uma opinião sobre “quais as perspetivas dos jovens”.
“O Papa referiu que é muito importante os jovens não perderem a esperança e pediu aos presentes para que sejam protagonistas numa revolução contra as atuais teorias economicistas, que não dão espaço à dimensão humana, àquilo que é mais importante”, adianta o jovem, que vai regressar a Portugal no dia 09 de agosto.
JCP